O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos, Luiz Carlos de Oliveira Ferreira (Luizão), que encerra nesta sexta-feira seu mandato na diretoria, denunciou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) quatro dos eleitos em chapa única para a nova gestão, período 2014/2017. A intenção é tornar nula a eleição.
O pleito foi realizado nos dias 4, 5 e 6 de novembro. Luizão ingressou com a denúncia na terça-feira, e nesta quinta-feira encaminhou a juntada de documentos e o rol de testemunhas.
O metalúrgico diz que o presidente reeleito, deputado federal Assis Melo (PCdoB), o vice Claudecir Monsani, bem como Renato José Ferreira de Oliveira (relações intersindicais) e Orli Soares Saldanha (conselho fiscal), estavam inadimplentes com o sindicato e, automaticamente, haviam sido desligados do quadro de associados. A posse da nova diretoria, marcada para as 9h desta sexta, deve ser mantida, uma vez que o MPT deverá agora analisar a denúncia e ouvir as testemunhas.
Conforme o advogado Vitor Hugo Gomes, que representa Luizão, na terça-feira foi solicitado que seja instaurado procedimento investigatório e que sejam verificadas as provas, para depois ser anulada a eleição.
-_ Ontem foram entregues as provas físicas, que comprovam que os quatro dirigentes não pagaram a anuidade e foram desligados do quadro associativo. Portanto, não podem votar e nem ser votados.
Também está sendo pedido que seja realizada perícia grafodocumentoscópica diante da suspeita de que as assinaturas dos eleitores não confere com as dos associados. Na denúncia consta que "houve irregularidades e ilegalidades, ilícitos graves que viciam a referida eleição. Assis Flávio da Silva Melo e mais os diretores eleitos Claudemir Monsani, Orli Soares Saldanha e Renato José ferreira de Oliveira estavam impedidos de concorrer, vez que não estavam em dia com a tesouraria, tendo sido desligados oficialmente dos quadros sociais por falta de pagamento".
O advogado diz que as seis testemunhas afirmam que houve pessoas que não votaram, mas os nomes constam na lista de votação. Outro argumento que sustenta o pedido de impugnação, conforme Luizão, é que de 15.524 associados aptos a votar, compareceram apenas 7.473, menos de 50%.
No seu entendimento, a escolha da nova direção foi antidemocrática. Diz ainda que tem a expectativa de haja transição na diretoria do sindicato e pretende se candidatar como nome de oposição, caso a eleição seja impugnada.
Luizão era filiado ao PCdoB e deixou o partido, rumando para o PSB após a eleição no sindicato.
O procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) Rodrigo Maffei ficará responsável pela investigação das denúncias.
- Vai ser curso normal, vamos analisar com mais calma até porque o processo está sob sigilo e vamos ver qual o rumo a ser adotado. Por hora não há nada de concreto - declarou Maffei.
CONTRAPONTOS
O que diz o deputado federal e presidente eleito do Sindicato dos Metalúrgicos, Assis Melo:
Por meio de sua assessoria, o deputado disse que a opinião sobre a supostas irregularidades cabe à Comissão Eleitoral.
O que diz o presidente da Comissão Eleitoral, vereador Henrique Silva:
Todo processo eleitoral transitou baseado no estatuto do sindicato e nas leis vigentes. Foram observadas toda as normas legais. Entendo que ele (Luizão) está insatisfeito com o resultado e está criando uma situação sem base constituída. É um direito dele.
Metalúrgicos
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Segundo denúncia do atual secretário-geral, deputado e outros três integrantes não poderiam ter concorrido
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