O ato heróico da dupla de senegaleses que frustrou o roubo de um celular no Centro de Caxias do Sul, na noite da quinta-feira, chama a atenção para outra estatística policial importante: não há ocorrência com estrangeiros figurando como suspeitos na cidade. Para o delegado Mário Mombach, titular da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), a informação é relevante para diminuir o preconceito que gira em torno de estrangeiros como ganeses, haitianos e senegaleses.
- Se fez um pré-conceito sobre os estrangeiros mas, até hoje, somente uma vítima mencionou que a aparência de um assaltante se assemelhava a um estrangeiro. Mas não há nenhum indicativo que comprove. Por isso, a delegacia não investiga nenhum crime que envolva estrangeiros como suspeito - afirma o titular da Defrec.
Mombach revela que o assaltante preso pelos senegaleses, Rodrigo de Oliveira da Silva, 21 anos, é bastante conhecido no meio policial. Ele está recolhido no Presídio Industrial de Caxias do Sul (PICS) e deve ter prisão preventiva decretada pelo delegado nas próximas horas.
- Ele é um artista dos furtos. Devido à periculosidade dele para a sociedade, devemos solicitar que fique preso - afirma.
Rodriguinho, como é conhecido, tem antecedentes criminais por receptação, roubo a residência, roubo a pedestre e furtos. Ele foi detido pelos senegaleses Makadou Gueye, 27, e Khadim Fall, 22, que o perseguiram por cerca de 300 metros após escutar os pedidos de socorro da analista de departamento pessoal Juliana Camelo, 27 anos.
Na manhã da sexta-feira, a mulher se mostrou agradecida nas redes sociais pelo gesto dos senegaleses.