O professor Dieiso Tessaro, 28 anos, que trabalha para o Estado, foi indiciado pela prática de atos libidinosos contra 11 crianças em uma escola pública de Caxias do Sul. As denúncias começaram a ser recebidas em maio na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), e a investigação foi concluída nesta semana.
Conforme o inquérito, as vítimas são meninos com idades entre 10 e 11 anos, todos alunos do professor na escola.
Em 2012, Tessaro foi sentenciado a 10 anos e 9 meses de prisão por molestar três crianças em uma escolinha infantil. Esses casos foram investigados pela DPCA em 2007. Apesar de ter sido condenado em primeiro grau, o professor não cumpre pena porque a decisão não transitou em julgado, isto é, ainda cabe recurso.
O professor foi convocado para assinar um contrato temporário na 4ª Coordenadoria Regional da Educação (4ª CRE) há quatro anos. O vínculo com o Estado foi firmado quando já tramitava o processo dos casos de 2007.
A 3ª Vara Criminal de Caxias condenou o homem a cumprir pena em regime fechado pelos abusos constatados pela polícia e MP em 2007. O Tribunal de Justiça reformulou a sentença e determinou o cumprimento em regime semiaberto. Tessaro continuou exercendo a função em colégios estaduais e no ano seguinte foi nomeado oficialmente como funcionário público.
Durante pelo menos três anos, ele trabalhou na escola de onde saíram as novas suspeitas. Quando a DPCA recebeu as denúncias em maio deste ano, ele já havia sido transferido para outra instituição de ensino. Atualmente, está afastado da sala de aula e desenvolve funções administrativas.
Segundo o Código Penal, atos libidinosos estão enquadrados na mesma categoria de estupro de vulnerável (cometidos contra menores de 14 anos). Contudo, o professor não manteve relações com os alunos, segundo o delegado Joigler Paduano. A investigação apontou que ele colocava meninos no colo e passava a mão por dentro das roupas e nas partes íntimas.
CONTRAPONTO:
Procurado pela reportagem, o professor Dieiso Tessaro diz não ter recebido nenhuma informação sobre o indiciamento da polícia. Portanto, prefere não se manifestar.