Após cerca de 200 ganeses terem desembarcado em Caxias do Sul na última semana, o Ministério da Justiça afirmou que dará apoio financeiro à prefeitura de Caxias do Sul para acolher, emergencialmente, os imigrantes. O prefeito Alceu Barbosa Velho entrou em contato com o Ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, e também com a Secretaria Nacional da Justiça.
Segundo o prefeito, o Ministério da Justiça se comprometeu a mandar uma comitiva para a cidade, ainda sem data definida, para avaliar a situação dos ganeses que permanecerem em Caxias. O objetivo é saber se todos, de fato, podem solicitar o pedido de refúgio.
Os imigrantes ganeses têm entrado legalmente no Brasil com vistos para a Copa do Mundo. Eles chegam de avião por São Paulo. Parte fica em São Paulo e outros seguem para Criciúma, em Santa Catarina. A prefeitura de Criciúma já tem pistas de pessoas suspeitas de cobrar para trazer os ganeses ao país. O grupo teria ramificações em Criciúma e Chapecó. A procura por Caxias é porque na cidade serrana a Polícia Federal conta com mais estrutura para atendê-los. Assim, o protocolo é feito mais rapidamente.
Os imigrantes buscam apoio na Centro de Atendimento ao Migrante de Caxias, no bairro Desvio Rizzo. Com a proximidade do fim da Copa do Mundo, o fluxo é menor. Na quarta-feira, apenas seis chegaram a Caxias. Desde sexta, uma força-tarefa foi montada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores para preencher os formulários de solicitação de refúgio dos imigrantes.
Conforme a coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante, irmã Maria do Carmo Gonçalves, 40 ganeses estão abrigados no Seminário Nossa Senhora Aparecida, próximo aos pavilhões da Festa da Uva. Cerca de 25 afirmaram que querem ficar no Estado. A religiosa destaca que empresários de Caxias e de outras cidades estão entrando em contato com o centro de atendimento para oferecer trabalho aos ganeses.