Na manhã de segunda-feira, a proposta do grupo de trabalho do governo estadual, que trata da destinação do complexo da Metalúrgica Abramo Eberle SA (Maesa), foi apresentada à prefeitura de Caxias do Sul.
A ideia seria doar 78% dos prédios , basicamente os que dão de frente para as ruas Plácido de Castro e Treze de Maio, no bairro Exposição, e permutar 35% do terreno correspondente por índices construtivos. Ou seja, o município teria que indenizar o Estado pela área cedida. O restante das edificações ficaria com o governo estadual.
Um dos designados pelo prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) para encabeçar o assunto_ ao lado do secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Manoel Marrachinho, e da secretária de Cultura, Rubia Frizzo_, o diretor-presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), Edio Elói Frizzo, disse que a sugestão não será aceita. Até o início da próxima semana, o Executivo deve apresentar uma contraproposta.
- A posição do município é pelo tombamento. Mas isso só não ocorreu porque ainda há uma negociação. Mas é preciso lembrar que, acima do tombamento, está a destinação pública para o prédio. O município não aceita os 35% porque quer a preservação total - declarou Frizzo.
A intenção do governo Alceu é utilizar o espaço da Maesa para alocar as secretarias municipais, muitas delas situadas em pontos alugados. O que não exclui a viabilidade para instalação de espaços culturais, como museus, já que haveria extensão suficiente para isso. Isso também explica, como a administração manteria o espaço, em uma situação hipotética, caso o Estado cedesse totalmente e de forma não onerosa o prédio ao município.
O diretor do Departamento de Administração do Patrimônio (Deape), Raul Tavares, já garantiu que o governo Tarso está aberto para negociações e dará ao município a oportunidade de definir quais áreas considera mais importantes para a preservação.
- Esse assunto está correndo mais devagar do que esperávamos. O Estado renunciou da sua posição inicial e busca o entendimento com o município. Continuamos perseguindo a solução consensual - afirmou.
Atualmente alugado pelo Grupo Voges, o complexo se tornou patrimônio do Estado por meio do pagamento de dívidas de execução fiscal. Com um débito de impostos na ordem dos R$ 30 milhões, a empresa Mundial (que adquiriu o patrimônio da Eberle) acertou a transação com o Piratini em dezembro de 2010.
O grupo Voges foi mantido no local na condição de inquilino porque esse era o acerto anterior com a Mundial.
O prefeito Alceu diz que uma alternativa seria ceder as instalações da Maesa por um determinado período a exemplo do complexo da Estação Férrea. No caso, o município organizaria as benfeitorias e ficaria responsável pela manutenção.
Projeção
Se houver acordo com Estado, prefeitura de Caxias pretende levar secretarias para o prédio da Maesa
Mas ideia não exclui possibilidade do espaço abrigar também atividades culturais, como é o desejo da comunidade
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