Enquanto incrédulos batem o martelo sobre a máxima de que a dependência química não tem cura, dois ex-usuários caxienses mostram o caminho inverso. Além de servirem como exemplos de que a condição de dependência pode ser controlada, eles também encontraram uma forma para transformar a superação em negócio e mostrar a outras pessoas como alcançar a ressocialização.
O principal foco de atuação dos sócios Dilon Borges, 41, e Michel Melo, 35, é durante as semanas internas de prevenção de acidentes do trabalho (Sipat). Entretanto, a dupla de consultores em dependência química também ministra cursos de capacitação privados para técnicos em segurança no trabalho e consultores de RH, entre outros. A empresa deles, a Resgate Preventivo, é a primeira do gênero no Sul do país.
- Sempre avaliamos a demanda e o perfil da empresa antes de propormos a forma de abordagem, seja ela, palestra, seminário ou capacitação. O objetivo sempre é o de conscientizar colaboradores e patrões sobre a condição do usuário e as formas de tratamento - explica Melo.
Mas, com a demanda de trabalho sazonal, a dupla também mantém empregos fixos em empresas da cidade como analista e gerente comercial. É desta renda que Melo tira um percentual para bancar o curso de Psicologia que cursa na Universidade de Caxias do Sul (UCS). Além da graduação, ele também é formado em um curso técnico de Prevenção de Drogas no Ambiente de Trabalho pela Universidade de Santa Catarina.
Borges, assim como o sócio, também coleciona certificados de cursos realizados na área. São mais de 20 no total. Agora, ele se prepara para o próximo vestibular que também planeja fazer na UCS, para o curso de Psicologia.
- É muito bom poder planejar o futuro. Apesar de termos nossa empresa, nunca pretendemos deixar o trabalho voluntário de lado. Temos consciência de que se o passado condena, o presente absolve todos os erros - prega Borges.
