Após desmoronamento de terra durante limpeza de terreno, casa é interditada no bairro Santa Corona, em Caxias do Sul

O vendedor Vilmar Rufatto, 54 anos, aponta para o terreno destruído e a calçada quebrada e rebaixada que motivaram a interdição da própria casa, na Rua Mário Danton Leitão, no bairro Santa Corona, em Caxias do Sul.

O pátio cedeu durante obras de limpeza e escavação que a Globo Engecon Engenharia e Construção executava no terreno baldio aos fundos da residência, nesta quarta-feira. A obra e a casa foram interditadas pelo Corpo de Bombeiros.

Há quase dois anos a família luta na Justiça pela reconstrução de um quiosque que desmoronou durante a construção do Residencial Le Parc, ao lado, pela mesma empresa. Segundo Rufatto, parte do terreno cedeu durante escavações, deixando o pavilhão pendente no barranco. Meses depois, pavilhão e terreno desabaram.

Nesta sexta-feira, após a interdição pelos bombeiros, a justiça determinou o embargo da obra do residencial até que a empresa garanta a recomposição do danos à família e a segurança necessária para a continuidade do empreendimento,  sob pena de multa de R$ 5 mil por dia em caso de descumprimento.

Em função da interdição, uma família de inquilinos que também morava na residência dos Rufatto mudou-se para  a casa de familiares. Vilmar e Rosane, porém, preferem correr o risco.

- Não queremos deixar a casa sozinha. Moramos aqui há 23 anos, construímos ela aos poucos, com muito trabalho - desabafa Vilmar.

De acordo com o engenheiro civil Leandro de Ross, a Globo Engecon irá providenciar um laudo para desinterdição junto ao Corpo de Bombeiros para a continuidade das obras de contenção no terreno baldio, iniciadas devido à instabilidade do terreno, que receberá estruturas de concreto para impedir o desmoronamento. 

A empresa deve pedir na Justiça a prorrogação do prazo para a construção do quiosque.  Ross afirma que a retirada do pavilhão pela empresa foi autorizada pelo casal em acordo informal que previa reconstrução após o término do Residencial Le Parc. O casal nega o acordo.