A presidente da Fundação de Assistência Social (FAS), Marlês Andreazza, acredita que o incêndio que destruiu a sede do Centro POP Rua na madrugada desta sexta-feira em Caxias do Sul tenha sido criminoso. O fogo atingiu principalmente a parte superior do prédio e queimou toda a área administrativa, com computadores, cadastros e registros de atendimento de quem necessitava do serviço.
Conforme ela, moradores de rua que eram atendidos pelo serviço começaram a fazer ameaças há alguns meses. As motivações, além do fim de serviços diários, como café da manhã e banho, eram ânimos alterados de pessoas que não concordavam com parte das regras do serviço.
- Uma minoria achava que tudo era direito. Todos têm deveres e direitos e, no meio disso, tem a palavra responsabilidade. Algumas pessoas não entendem e prejudicaram uma população inteira - lamenta Marlês.
Conforme a presidente, um dos motivos que levou ao fim do café da manhã era o fato de parte das pessoas atendidas irem embora logo após comer. Isso ia contra a proposta do serviço de oferecer outras atividades, como oficinas. Também eram registrados desentendimentos entre os atendidos. A entidade também procurava outro lugar para implantar o POP Rua, já que o atual endereço não comportava a demanda.
O Centro POP Rua ficava na Rua Andrade Neves, 564, no Centro, a pouco mais de duas quadras de onde outro incêndio matou três pessoas na madrugada de terça-feira. O Corpo de Bombeiros foi acionado às 4h37min e controlou o fogo rapidamente. Não havia ninguém no prédio.
Depois de ameaças
Presidente da FAS suspeita de incêndio criminoso no Centro POP Rua, em Caxias
Discordância com regras e fim de serviços desagradou parte de moradores de rua atendidos pela entidade
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