Em meio a protesto de estudantes, a Fundação Universidade de Caxias do Sul (Fucs) deu início ao processo de escolha do novo reitor da Universidade de Caxias do Sul (UCS). O que desagrada os alunos é o cancelamento da consulta acadêmica, um direito conquistado nas eleições de 2006 e 2010.
Desta vez, o Conselho Diretor da Fucs escolherá o reitor a partir de candidatos indicados pelos centros acadêmicos. A resolução foi confirmada pelo presidente da entidade, padre Roque Grazziotin. Ele afirma que o estatuto não prevê a consulta e nem a eleição direta.
Nas eleições anteriores, alunos, professores e funcionários podiam opinar sobre qual pessoa deveria assumir o cargo. A escolha final, contudo, cabia ao conselho. Em 2010, por exemplo, o atual reitor Isidoro Zorzi ficou em segundo lugar na consulta. Ainda assim, foi reconduzido ao posto.
- O problema é que existem normas que devemos obedecer. Mas cada unidade tem liberdade de indicar seu candidato. Os estudantes devem reivindicar seus nomes junto aos centros - sugere o padre Roque.
Integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) marcaram uma reunião para a noite desta quinta-feira, onde pretendem definir as próximas ações. Não estão descartados protestos na Cidade Universitária e outras mobilizações. A entidade já havia divulgado uma nota de repúdio na qual se posiciona a favor da participação acadêmica. Um dos trechos da carta afirma que a consulta é indispensável para fortalecer a proposta de eleições diretas, uma das maiores bandeiras do movimento estudantil.
- Deveríamos ter a liberdade de opinar sobre quem será responsável pela gestão da UCS - resume a coordenadora-geral do DCE, Marillia Rodrigues.
O período de indicações de candidatos começa na próxima segunda-feira e vai até o dia 7 de novembro. Cada centro pode sugerir três nomes. Após, os escolhidos devem apresentar seu plano de gestão aos nove integrantes do Conselho Diretor. O novo reitor deve ser conhecido no final de novembro e ficará no cargo de 2014 a 2018.
