Moradores e pessoas que trabalham nas proximidades do ponto onde Luciana Melos da Silva, oito anos, morreu atropelada reclamam das dificuldades em utilizar a Perimetral Norte. A menina foi atingida por uma motocicleta enquanto tentava atravessar a avenida por volta das 19h15min desta quarta-feira. O primo dela Gabriel Muniz da Silva, 10, atravessava junto e está internado na UTI pediátrica do Hospital Pompéia.
É só passar pelo trecho para perceber a ausência de redutores de velocidade, faixas para pedestres e carros em alta velocidade. Para completar a armadilha, as calçadas no sentido BR-116-Festa da Uva são estreitas e não há acostamento que distancie a pista e o passeio.
- Quem manda aqui é o motorista. Você perdeu a atenção, está pego - afirma o padrasto de Luciana, José Carlos Leite, 42.
A alta velocidade dos veículos é unanimidade entre as pessoas ouvidas pelo Pioneiro. Além disso, as chances para o pedestre atravessar são mínimas.
- Pego o ônibus do outro lado e tem dias que leva 10 minutos para atravessar, porque eles não param - afirma a funcionária de uma revenda de veículos Evelyn Netto, 18.
Aumentando ainda mais o risco, é comum crianças que moram nas proximidades brincar às margens da perimetral. Muitas, vezes, segundo relatos, jogando bola.
- Essa perimetral não foi muito planejada. É criança correndo para lá e para cá e não há espaço. É muito carro - diz outra funcionária que prefere não se identificar.
Quem também enfrenta os riscos são os alunos da escola Apolinário Alves dos Santos, onde Luciana cursava o 2º ano do Ensino Fundamental. A turma 20, da qual ela fazia parte, teve a aula cancelada nesta quinta-feira. A comunidade escolar luta por uma passarela, mas, enquanto nenhuma medida é tomada, a perimetral não tem nem ao menos uma placa indicando a proximidade da instituição.
- Ficamos com o coração na mão todos os dias. O poder público tem que fazer a parte deles. Não foi nem uma, nem duas vezes que pedimos a passarela - reclama a vice-diretora da manhã Marili Rigon Zandoná.
Atropelamento de criança
Moradores e trabalhadores reclamam da falta de segurança na Perimetral Norte, em Caxias
Trecho onde menina foi atingida não tem faixa de pedestres nem redutores de velocidade
GZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre: