Uma notícia positiva virou tormento para moradores do bairro Euzébio Beltrão de Queiroz, a Vila do Cemitério. Na metade de março, o secretário estadual da Segurança, Aírton Michels, esteve na cidade para celebrar um ano do policiamento comunitário da Brigada Militar (BM) e anunciar que o projeto terá mais quatro núcleos a partir deste mês de abril. De um deles faz parte o Euzébio Beltrão de Queiroz, onde a informação agradou a comunidade, mas causou desconforto a criminosos.
De acordo com um morador, que pediu para não ser identificado por temer represálias, um grupo de marginais entende que a instalação do policiamento foi solicitada pelos moradores. Revoltados, os bandidos ameaçaram famílias.
- Eles passaram pelas ruas dando tiro para o alto e gritando: quem é o caguete (gíria usada para se referir a quem entrega outra pessoa)? Se descobrirmos, vai se ver com nós - relata.
Conforme esse morador, pais de família estão se armando para proteger seu lar e familiares. Há o temor de que inocentes sejam mortos em caso de confronto interno no bairro.
Diante da situação, o denunciante acredita que uma ação mais efetiva da BM, fazendo grandes operações para identificar e prender criminosos, devolveria a tranquilidade ao bairro.
- A Brigada vem aqui, mas geralmente só age contra os drogados, na entrada do bairro. Precisamos de uma ação como ocorria no passado, quando PMs entravam para revistar e prender - pede, ressaltando que a grande maioria dos moradores é a favor do policiamento comunitário.
O 12º Batalhão de Polícia Militar promete agir no Euzébio Beltrão de Queiroz. Porém, o subcomandante, capitão Lúcio Henrique de Castilhos Alencastro, fez um pedido:
- Precisamos que a comunidade denuncie quem são essas pessoas e nos repasse informações. Recentemente, fizemos uma série de ações no Burgo (na região do Morro da Antena, onde traficantes tirotearam diversas vezes em disputa pelo tráfico de drogas). Lá, a situação se acalmou. Agora, podemos fazer o mesmo na Vila do Cemitério, mas dependemos de auxílio da comunidade. Pode ser anonimamente.
Para facilitar denúncias, o capitão coloca à disposição o telefone 3204.5216, do Setor de Inteligência da BM.
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