Depois da explosão de uma agência bancária em Feliz, no Vale do Caí, na madrugada desta terça-feira, não se fala em outra coisa na cidade. Por volta das 15h, cerca de 30 pessoas ainda acompanhavam os trabalhos da perícia da Polícia Federal em frente ao local, que fica na Rua Santa Catarina, no Centro. A sensação dos moradores é de insegurança, principalmente porque, há menos de um ano, outra agência que fica no mesmo bairro foi atacada com explosivos.
Clóvis Assmann, 61 anos, mora quase em frente ao banco atingido. A casa dele fica ao lado de um casal que foi baleado durante o confronte entre policiais e criminosos e inclusive ajudou a socorrê-los. Ele conta que, após ouvirem as explosões, praticamente todas as pessoas que moram próximas ao local saíram nas janelas. O tiroteio começou logo em seguida.
- Houve dois estrondos. Saí correndo da cama e comecei a ouvir os tiros. Foram 20, 30 disparos seguidos, que pareciam vir de todos os lados - narra.
De acordo com o gerente da agência atacada, Júlio Wallauer, a direção do banco está esperando o fim da perícia para ter acesso às cinco câmeras de monitoramento do local. Ele acredita que é bem provável que elas tenham registrado toda a ação. O levantamento da Polícia Federal também vai mostrar se os criminosos tiveram acesso ao dinheiro dos caixas eletrônicos. Segundo Wallauer, no local havia três terminais, mas só dois deles tinham notas.
Um policial militar também ficou ferido no tiroteio. Vander Jacobsen de Oliveira, 24 anos, foi atingido nas duas pernas, mas não corre risco de morte. Ele foi levado para o Hospital Pompéia, em Caxias do Sul. As outras duas vítimas foram atendidas no Hospital Schlatter, de Feliz, e seu estado de saúde é considerado estável.
A Brigada Militar realizou buscas aos assaltantes, que fugiram pela rodovia que liga Feliz a Caxias do Sul (ERS-452). A polícia estima que há pelo menos dez pessoas envolvidas na ação e que eles utilizaram pelo menos três veículos na ação - um Volkswagen Parati, um Chevrolet Monza e um Renault Clio.