Depois de 21 dias de greve, a maioria dos bancários volta hoje ao trabalho em todo o Brasil. Funcionários dos bancos públicos de Porto Alegre, porém, ainda avaliam nesta terça-feira se terminam a greve. A divergência no Banco do Brasil, na Caixa Federal e no Banrisul está na compensação dos dias parados e no reajuste oferecido para o piso da categoria.
Para o presidente da Federação dos Trabalhadores em Instituições Financeiras no Estado, Arnoni Hanke, o resultado nacional deve indicar o fim da greve também no Rio Grande do Sul. Segundo ele, no interior do Estado funcionários da Caixa e do Banco do Brasil já aceitaram a proposta, mas aguardam a posição da Capital para retornar ao trabalho.
Nesta manhã, o comando dos bancários tem reunião com a direção do Banrisul, em Porto Alegre, e à tarde será feita assembleia. Os funcionários do Banco do Brasil fazem assembleia agora pela manhã para analisar o retorno ao trabalho. Funcionários da Caixa na Capital avaliam o encerramento da greve às 15h.
Acordo
Assembleias realizadas ontem à noite em todo o Brasil decidiram pelo fim da paralisação e retomada imediata das atividades. A maioria dos funcionários aceitou a proposta feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste salarial de 9% (1,5% de aumento real mais a inflação de 7,4% no período).
De acordo com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a decisão pela aprovação foi unânime na região.
- A aprovação do acordo coroa mais uma campanha vitoriosa dos bancários - afirmou Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Com a aceitação das propostas, além do reajuste de 9%, os bancários conquistaram a valorização do piso da categoria em 12% (4,3%) e melhorias na Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
O acordo ainda estabelece uma regra de aviso prévio proporcional maior que o determinado pela nova legislação sobre o tema (Lei 12.506, de 11 de outubro de 2011), sancionada este mês pela presidente Dilma Rousseff.
Para até cinco anos de trabalho, serão pagos 60 dias de aviso prévio; de 5 a 10 anos, 75 dias; de 10 a 20 anos; 90 dias; e mais de 20 anos, 120 dias. Pela nova legislação, serão pagos 3 dias adicionais a cada ano trabalhado, após um ano na empresa. Dessa forma, um funcionário com dez anos de casa terá direito a aviso prévio de 60 dias; com 20 anos no emprego, esse trabalhador tem direito a 90 dias de aviso.
O Comando Nacional dos Bancários também garantiu, junto à federação dos bancos, que não será descontado nenhum dia dos trabalhadores em greve. Pela proposta da Fenaban, haverá sim a compensação dos dias parados no máximo até 15 de dezembro. Eventual saldo após esse período será anistiado.
Ontem, muitos bancários de diversas cidades do país, especialmente do interior de São Paulo, já retornaram ao trabalho, segundo informações do presidente da Contraf.
Geral
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