O Caxias já arrecadou R$ 900 mil com os pagamentos das multas rescisórias de quatro profissionais do clube. As saídas de Jean Dias para o Inter, Vini Guedes e Thiago Carvalho para o América-RN e Bruno Ferreira para o Ceará, renderam um valor extra ao cofre do Caxias para a Série D do Brasileirão. Em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra, o executivo de futebol Marcelo Segurado comentou sobre as saídas após o vice-campeonato gaúcho.
— Nós tínhamos um planejamento desde o ano passado com elenco, comissão técnica, seja quem for. Para sair, se houvesse o interesse de algum clube, teria que haver o pagamento da multa. O pagamento das multas foi efetuado. Não é uma área que pertence a mim totalmente, mas tenho a informação que todas essas saídas foram devidamente pagas pelos clubes que tiveram interesse de utilizar dessa cláusula de indenização.
Com as saídas, o Caxias foi em busca de peças de reposição. Chegaram os atacantes Marcelinho e Joãozinho, os meias Fabrício Oya e Augusto Galvan, o zagueiro Erik Henrique e o goleiro Pedro Paulo. Questionado se o valor das multas irá para investir no futebol, o executivo grená respondeu:
— Ainda não tivemos uma conversa nesse aspecto. A gente entende que é um dinheiro que não estava no fluxo, mas é um dinheiro que entra para o clube. O clube tem despesas de manutenção, e são altas. É evidente que a gente vai sentar e conversar. Estamos aguardando uma reunião com o Mário, o Paulo Cesar e o João, para que a gente possa estar sabendo se alguma parte desse recurso vai ser destinada ao futebol. O clube tem carências e dificuldades. Que esse dinheiro possa estar, pelo menos, amenizando um pouco o desgaste que é estar disputando uma Série D e preparando o clube com tecnologias para o futuro.
O Caxias ainda segue no mercado em busca de um volante e um atacante de lado de campo. Para o ataque, o clube não tem pressa e busca um nome de referência para assumir o posto de titular.
— Não pode ter muitos jogadores de uma posição, mas, quando se fala em extremas, eu acho interessante. Mas sem pressa. Vou aguardar o melhor momento para estar trazendo jogadores que venham para serem titulares. Sempre falo isso: o jogador que a gente traz vem para ser titular. Se ele vai ser ou não, aí é outra situação — pontuou Marcelo Segurado, executivo de futebol do Caxias.
MAIS PONTOS DA ENTREVISTA
:: MARCELO SEGURADO RECEBEU PROPOSTA?
— Sim. Quando eu aceitei o convite do Caxias, eu tinha outra situação também, de um mercado que eu já tinha trabalhado, no Nordeste. Mas eu achei muito interessante a proposta do Caxias. Eu queria muito vir para o Sul. E agora, recentemente, também. Sempre tem algum tipo de conversa, de interesse, alguém liga perguntando. Mas eu estou focado no Caxias, e o meu objetivo é o acesso.
:: MANTER O PADRÃO
— Quando você faz um trabalho como nós fizemos, desde outubro, nesse processo de montagem de elenco, você cria um laço de identidade com o modelo de jogo daquele treinador. Modelo de jogo propositivo, de posse de bola, com transições rápidas. Então, na medida em que fomos percebendo que poderíamos perder o Thiago, é evidente que eu comecei a pesquisar um treinador com as mesmas características: jovem, com bom comando de vestiário, de gestão de grupo, que tenha a ideia de jogo jogado, de modelo de jogo propositivo, de transições.
:: SAÍDA DE JEAN DIAS
— Confesso que, para o Jean, eu esperava uma proposta de Série B, e até teve, do Londrina. Mas eles não tinham condições de pagar a multa, então não era interessante para o Caxias e para o atleta. Quando o empresário dele me falou que o Inter faria uma proposta, eu realmente não acreditei, porque foge muito do parâmetro de investimentos, um jogador de 32 anos. Belíssimo jogador, mas eu não esperava.
:: SAÍDA DE VINI GUEDES E REPOSIÇÃO
— Quando fechou a janela, eu pensei: "O Vini não vai". Mas a SAF do América-RN veio e pagou a multa, então a gente tinha que trazer outro jogador. Dentre os nomes que estamos o conversando, tem o Elyeser. Mas não só ele. Tenho que trazer um jogador que se encaixe nos nossos parâmetros financeiros e técnicos. Conheço o Elyeser, já trabalhei com ele duas vezes. Conversei com ele, assim como conversei com outros dois nomes.
:: VELOCISTA
— Conversando com o Tcheco, a gente tem três jogadores que possam jogar pelos lados, incluindo o Diego Rosa, que é um jogador muito tático. O Galvan também faz essa característica. Um meia que também pode jogar por fora. Mas penso que a gente ainda venha a precisar de mais um jogador velocista, de mais profundidade. Hoje, temos o Marcelinho e o Joãozinho. Penso que a gente tem que ter mais um, para que a gente possa ter uma variedade maior.