Um peso saiu das costas do Juventude na rodada passada do Campeonato Brasileiro. A vitória sobre o Avaí, em Florianópolis-SC, no domingo passado (15), foi a primeira da equipe do técnico Eduardo Baptista na competição.
Neste sábado (21), a missão é buscar o primeiro triunfo como mandante na Séria A. A partir das 19h, no Estádio Alfredo Jaconi, o Papo terá pela frente o Palmeiras. Mesmo contra um adversário complicado, é a chance do time dar em casa a resposta positiva esperada pelo torcedor.
— Estamos mais ansiosos que eles (torcedores) para dar essa resposta. Contamos com eles aqui. Um grande jogo, eles não vão ver um Juventude acuado. Vamos pegar o melhor time da América do Sul, vamos guerrear, batalhar, marcar, mas com coragem para jogar e buscar o resultado — afirmou Baptista na entrevista da véspera da partida.
Mesmo após o triunfo em Santa Catarina, o Juventude se mantém na zona do rebaixamento. A equipe alviverde começa a sétima rodada na 17ª colocação, com seis pontos. Vencer o Palmeiras neste sábado pode representar também uma mudança de expectativa que se cria sobre o alviverde gaúcho. Se as apresentações em campo já davam indícios de que o Juventude não iria ser presa fácil para os adversários, ganhar do atual bicampeão da Libertadores pode ser o passo que falta para uma maior credibilidade ao Papo contra o Z-4.
Ainda assim, Baptista acredita que esse discurso é mais externo do que os rivais têm apresentado nas partidas.
— É natural colocar Juventude, Cuiabá e Atlético-GO (como candidatos ao rebaixamento). Nós temos uma folha de menos de R$ 2 milhões e vamos jogar com um time de R$100 milhões. É absurda a diferença. É natural isso. Mas dentro de campo eu não vejo isso. Jogamos contra o São Paulo, onde o Rogério Ceni, quando perdeu um meio-campo, colocou um zagueiro. Respeitou a gente em São Paulo. Eles sabem que jogamos, então nos dão campo e temos que tomar cuidado com o contra-ataque. Não é um time que os adversários estão vindo aqui e dizendo: "vamos lá que é favas contadas" — avaliou o treinador, colocando até a postura do técnico rival como explicação desse respeito ao Ju:
— Não foi por coincidência que o Abel Ferreira deixou para o time titular vir jogar aqui e não para garantir a classificação dele na fase de grupos da Libertadores (contra o Emelec, na quarta-feira passada (18).
QUEBRA-CABEÇA
Para vencer, Baptista precisa que o quebra-cabeça na montagem do time titular dê resultado. Sem Chico, Capixaba, Paulinho Moccelin, Marlon e Edinho, até mesmo a formatação tática precisará ser diferente diante do Palmeiras. Jogadores como o volante Jean e o atacante Guilherme Parede devem ganhar chance no 11 inicial. Será a oportunidade do pensamento do treinador ser confirmado em campo:
— Desde que cheguei aqui, nunca trabalhei um time. Sempre trabalhamos todos, e muitas vezes perguntavam: "porque joga esse e não aquele?". Todos vão jogar. O Campeonato Brasileiro é assim. Se não tiver o entendimento e muitas vezes você priorizar um jogador só, a hora em que você perder ele, não terá o outro. Tivemos esse cuidado.
Apesar das mudanças de características dos atletas, o Juventude tentará manter o Palmeiras distante do seu campo, como fez com vários adversários nesse campeonato. A letalidade do time de Abel Ferreira gera preocupação com esse comportamento no posicionamento do Juventude.
— Trabalhamos muito isso nessa semana. Essa forma tática de como manter o Palmeiras longe do nosso gol. Se baixarmos as linhas com o Palmeiras, se deixa jogadores como Dudu, Raphael Veiga, Scarpa, Zé Rafael, Rony, próximos do seu gol, fatalmente será vazado — afirmou Baptista.
Se vencer, o Juventude deixa o Z-4 e muitas das desconfianças para o passado. Encarar o Palmeiras, com a base titular, é um desafio para mudar o Papo de patamar dentro do Brasileirão.
— Ganhar do Palmeiras, em qualquer momento, é fantástico. Hoje, é a equipe a ser batida, é a mais organizada, a mais letal, talvez não a que tenha a maior posse de bola, mas quando ataca, é muito objetiva. Se torna perigoso por causa disso. Se ganhar do Palmeiras, somando a segunda vitória, aí vamos sair do que eram cinco partidas sem vencer, e passar para quatro partidas no Brasileiro sem perder. Se muda um cenário e começa a mostrar para fora que é diferente — concluiu Baptista.