A partir desta terça-feira (19), o Caxias do Sul Basquete começa sua batalha contra a Unifacisa-PB por um lugar nas quartas de final do Novo Basquete Brasil (NBB). No Ginásio do Sesi, às 19h, a equipe do técnico Rodrigo Barbosa começa uma série melhor de três jogos, que promete ser equilibrada entre dois times que se sobressaíram atuando fora de casa na fase classificatória.
Em quadra, a equipe gaúcha tentará fazer o fator casa como diferencial para depois encarar dois jogos em Campina Grande. Fora das quatro linhas, um torcedor especial seguirá de muito perto com seu apoio incondicional ao time: o pivô Wesley Sena.
Destaque do time caxiense em praticamente todos os 20 jogos iniciais do NBB, o pivô de 2m11cm teve uma grave lesão na reta final da partida contra o Franca, no dia 3 de fevereiro, no Sesi. Ao tentar pegar um rebote, o jogador acabou caindo em cima do próprio braço e teve uma fratura que o tirou do restante da temporada.
Agora, em um processo de recuperação, Sena se tornou personagem ao lado da quadra, apoiando e incentivando seus companheiros que estão em jogo.
— Agora, o que posso fazer é só torcer. Ser um torcedor, com meu vipzinho ali do lado da quadra, e apoiar o time no que for necessário — diz o pivô, explicando a sensação de acompanhar o jogo tão de perto:
— Tudo deixa nervoso. Na hora que o jogo começa, já estou nervoso. Uma bola que não cai, já deixa nervoso, com a mão suando. Mas é o que dá para fazer.
Na fase classificatória, quando o Caxias Basquete venceu em Campina Grande, por 70 a 53, Wesley esteve em quadra, marcou 12 pontos e pegou seis rebotes. No returno, na Serra Gaúcha, após a lesão do pivô, a Unifacisa venceu por 79 a 60, se utilizando bastante da jogada com pivôs sobre a marcação de Caxias do Sul, que além de Wesley, não contava com Rafa Oliveira, que se recuperava de lesão muscular.
— Não temos mais aquele jogo de um contra um, que usávamos bastante para criar algum desequilíbrio. (No jogo do returno) Tinha sido recente ainda, não se havia acertado como jogar sem um pivô. Nesses últimos jogos, já demonstramos que pode vir do jeito que for que vamos adaptar. Está mais fácil, cada um sabe sua função. Se estava acostumado de um jeito e do nada teve que mudar, foi difícil. Mas agora está tudo esquematizado. Vai ser jogo a jogo. Não vejo favoritismo grande, nem na Unifacisa e nem para nós — avalia Sena.
Mesmo com uma diferença considerável na altura, Rafa Oliveira, 28 anos, e Dida, 36, fazem a função de Wesley. Mesmo com dois anos menos que o primeiro e 10 mais jovem que o segundo, o pivô consegue dar alguns conselhos para os companheiros.
— Os caras são bons de mais no que fazem, são experientes. O máximo que posso fazer é dar um toquezinho ou alguma coisa que vejo de fora, e que às vezes se tem uma visão diferente vendo daqui — afirma o camisa 21, comemorando o momento da equipe:
— Acho que o time já se adaptou bem a jogar sem um pivô da minha altura e está desenvolvendo um jogo melhor. Chegamos nos playoffs, agora é outro campeonato. Vai ser complicado daqui para a frente, mas acredito no trabalho do nosso time.
Boa recuperação
Ainda sem utilizar o braço esquerdo para arremessos ou algum tipo de esforço, Wesley já vê evolução em sua recuperação após a lesão.
— A pior parte já passou, que foi o primeiro mês e o susto. Agora já está tudo em ordem, com o braço no lugar e funcionando. Estou começando a treinar a parte física devagar, e com a fisioterapia — explica o pivô, agradecido pela estrutura e pelo incentivo que recebeu para seu processo de recuperação:
— Tive todo apoio necessário, e ainda estou tendo. Não só de pessoas do time, mas da torcida também. Isso é muito importante, se sentir bem em um lugar. Aqui me sinto assim.
Após o susto, Wesley Sena não quis nem saber das imagens do momento da lesão:
— Nem vi. Não vejo nem quando é com os outros, imagina comigo.
De fora da quadra, Wesley tenta incentivar os seus companheiros. O pivô tem um papel de mostrar o poder de superação para seus colegas de time, mesmo sem ainda poder atuar. Com o jeitão fechado do gigante de 2m17cm, mas sempre pronto para uma piada com os companheiros, Sena estará do lado de quadra, controlando a emoção durante os 40 minutos:
— Fico no meu canto, não posso nem levantar, senão o juiz manda eu sair dali. Então só xingando em pensamento (risos).
Os ingressos para a partida estão a venda no site Minha Entrada. Os sócios em dia têm direito a levar dois acompanhantes para a partida. O jogo terá transmissão pelo canal do NBB no YouTube.