Quem enfrentou o Caxias do Sul Basquete no Ginásio do Vascão, e foi contratado pelo time gaúcho para a temporada 2021/2022, não terá a chance de ter a tradicional quadra do bairro Pio X a seu favor. O ala/pivô Rafa Oliveira, de 27 anos, o ala Humberto, 26, e o pivô Wesley Sena, 25, esperam que todo o calor que notaram atuando contra se transfira a favor deles, agora no Ginásio do Sesi, a nova casa da equipe no Novo Basquete Brasil (NBB). O primeiro contato será na quarta-feira (27), às 20h, contra o Minas.
— Já joguei no Vascão um playoff e o ginásio estava explodindo de gente, ensurdecedor. Espero que essa mesma energia passa acontecer no Sesi, que é muito maior, pode receber mais torcedores. Vai ser bem legal para o time — diz Wesley Sena, que no NBB 10 defendia o Mogi e enfrentou o Caxias nas quartas de final daquela temporada.
Transferir o calor do Vascão para o Sesi também é o desejo de Rafa Oliveira, que encarou a antiga casa do Caxias Basquete quando defendia o Minas. O jogador acredita que é possível fazer a sinergia crescer em um ginásio com maior capacidade de público:
— Deu para sentir o calor da torcida e do ginásio. O Sesi é mais amplo, grande, mas creio que a torcida vá abraçar do mesmo jeito e vai fazer de lá o caldeirão que era antes.
Mas não é só com a casa nova e com o apoio da torcida que os jogadores que chegaram precisarão se adaptar. O clima frio da Serra é outro desafio para quem vem de fora. No caso de Rafa Oliveira, a mudança é ainda mais brusca. Na temporada passada, o jogador estava na Unifacisa. Na Paraíba, o clima era o oposto de Caxias do Sul.
— É diferente. Lá eu acordava às 6h, com sol e 22°C ou 25ºC. Aqui isso é difícil de ter. Mas estou me adaptando bem e é com o tempo que vamos nos acostumando. Vai ser rotineiro o frio, então temos que acostumar logo — explica o ala/pivô.
Entrosamento em alta
Parte do sucesso de um time, em qualquer esporte coletivo, passa por uma boa sintonia entre o grupo de jogadores. Durante a pré-temporada, o elenco do Caxias conseguiu transformar o entrosamento em uma arma que poderá ser utilizada durante a competição.
— Temos nos entrosado bem, tanto dentro quanto fora da quadra. Até aquele papo clichê de jogador. Eu estou longe da minha família, muitos jogadores daqui também. O laço de amizade que temos aqui é bem legal e temos conseguido nos entrosar. A expectativa é que a gente consiga levar isso para dentro de quadra — projeta Humberto.
Para Wesley Sena, o entrosamento e o bom desenvolvimento do time passam também pelas relações construídas no decorrer da carreira:
— Vem sendo bem tranquilo. Já atuei com alguns jogadores aqui, o Jaú já foi meu técnico, então está sendo super de boa. O entrosamento veio rápido, e agora vamos ver quando começarem os jogos.
Torcida e família
Além de conhecer o torcedor do Caxias a favor, a temporada do trio em Caxias do Sul representará também o reencontro com as arquibancadas com público. Na edição passada do NBB, além da falta da torcida, os jogos eram realizados em bolhas sanitárias, fazendo com que vários times não jogassem em casa.
O apoio da arquibancada quebrará o silêncio vivido nas partidas do auge da pandemia.
— Não ter torcida é bem esquisito. Você não está acostumado. Fica parecendo um treino, um clima diferente. Não só nós, mas as pessoas também estão com saudade de poder se programar e ir num jogo de basquete. É fazer o melhor para o show acontecer — diz Wesley, que assim como Humberto, defendeu o Pinheiros na temporada passada.
No Campeonato Paulista, encerrado na semana passada, as partidas tiveram público e o clima já voltou mais próximo à normalidade. Essa experiência pode ser uma vantagem para as equipes que já tiveram essa retomada do público.
No caso de Humberto, o confronto contra o Minas será ainda mais especial.
— Minha família vai estar aqui, então vai ser especial em dobro. Claro que é uma atmosfera diferente, mas fazendo o nosso papel, a torcida vai ser um complemento essencial — diz Humberto, tentando explicar o sentimento em ter o pequeno Emanuel, de dois anos, acompanhando essa estreia:
— Fiz questão que eles estivessem aqui nesse momento. Sempre tive o sonho de ter meu filho me vendo jogar, e agora será uma experiência nova muito legal.
É torcida, família, encontros e reencontros tão esperados. A partir desta quarta-feira, essa rotina será revivida, agora no Sesi. E a torcida do Caxias Basquete também é um pedaço da história do trio recém-chegado.