Você, torcedor apaixonado por futebol, já imaginou ficar tanto tempo sem poder assistir o seu time do coração? A pandemia fez isso e interrompeu as competições. Agora, o sentimento pelo clube é somente por recordações e memórias. A série Histórias de torcedor, neste episódio, irá falar sobre Alana Elisabeth Rodrigues Maciel, 24 anos, fanática pelo Caxias.
Ela começou a torcer pelo grená há 20 anos, justamente durante a campanha do título gaúcho, da equipe comanda pelo técnico Tite. Seu primeiro jogo no Estádio Centenário foi um empate do Grená com o Veranópolis, 2 a 2, no dia 23 de janeiro de 2000. Assim, foi o começo de um amor único, capaz até de gerar conflitos na família.
– O Caxias sempre foi minha prioridade. Há alguns anos, eu tinha um namorado que vivia brigando comigo. Todo final de semana, deixava ele sozinho em casa para ir ao Centenário ou em excursão. Era sempre uma briga. Mesma coisa nos aniversários. Ultimamente, sempre acabou tendo jogo no dia do meu aniversário (19 de março) e eu deixava a minha família e meus amigos esperando e só dava atenção para eles quando a partida terminava, quando eu chegava em casa – diz a torcedora, que também lembra outro episódio em família:
– A Páscoa sempre foi muito importante aqui em casa, porque a minha avó (Libera Rodrigues) era católica. Então, quando ela estava viva, a gente sempre fazia almoço. Em 2015, o último jogo da primeira fase, que ia decidir se o Caxias ia ser rebaixado ou não, foi exatamente no domingo de Páscoa. Então, não tinha nem como eu almoçar com a família e ir ao jogo, porque era em Novo Hamburgo e a excursão saía meio-dia em ponto. Então, deu 11h30min, eu e minha prima (Bruna Bisoto Rodrigues) pegamos as mochilas e simplesmente abandonamos o almoço e fomos para lá. Não deu muito certo, mas a gente não se arrepende nem um pouco.
Influências
Esse fanatismo capaz de deixar a família para assistir o clube do coração é comprovado, porque Alana é frequentadora assídua dos jogos do Caxias, seja no Centenário ou fora de casa.
Ela vive e respira o Caxias. Já são quase três meses sem poder ver partidas e torcer pelo clube que ama. Uma saudade enorme. O futebol proporciona muitos momentos especiais e traz também novas amizades.
– O que eu sinto mais falta agora, além dos jogos em si que sempre gostei muito, acho que é a reunião com os amigos, porque é diferente você encontrar eles ali no posto (em frente ao estádio Centenário). Por causa do Caxias, conheci os meus melhores amigos. Então, isso eu acho que é o que mais sinto falta: a união, a amizade, a torcida junto, o choro. Eu acho que isso, a companhia dos meus amigos durante os jogos, está sendo muito difícil de ficar sem– afirma a torcedora.
Esse amor pelo Caxias tem influência do padrinho Nelson. Bem que a mãe Tânia e a saudosa avó Libera tentaram levar ela para o lado jaconero, mas sem sucesso. A relação com o time grená foi mais forte.
– A minha maior influência para ser torcedora do Caxias foi o meu dindo (Nelson Murialdo Rodrigues). A minha mãe (Tânia Maris Rodrigues) e minha vó (Libera Rodrigues) queriam que eu torcesse para o Juventude, mas o meu dindo chegou uma vez com uma camiseta do Caxias, uma polo branca linda, e me deu. E desde então eu não tirei mais ela – conta Alan, relembrando sua principal parceria nas idas ao Centenário:
– Por causa da minha prima (Bruna), que tinha mais ou menos a minha idade, o meu dindo começou a me levar junto.
Sem viagem e sem dinheiro
Mesmo com só 24 anos, Alana coleciona muitas histórias com o Caxias. Fã de Jajá, campeão Gaúcho de 2000, ela costuma assistiu aos jogos na Geral, normalmente, à direita do meio-campo, junto com os amigos. Em 2015, chegou a montar um time de futebol 7 com amigas também torcedoras grenás. Os treinos eram a cada 15 dias e com uniforme completo.
Porém, entre tantas histórias, uma ficará marcada. Em 2019, ela passou por uma situação complicada no jogo que valia o acesso do Caxias para a Série C, em Manaus.
– Eu e meu amigo (Matheus Lacava, conhecido como Baque) combinamos de ir a Manaus e começamos a pesquisar passagens aéreas. Todas muito caras. Então, meu amigo disse que ele tinha descoberto um grupo que tinha conseguido passagem de ida e volta por R$ 900. A gente comprou. E chegou no dia da viagem, na sexta-feira, e não tínhamos passagem. O cara que tinha vendido as passagens sumiu e, no fim das contas, a gente ficou sem viajar, sem o acesso, e sem o dinheiro – lembra Alana Rodrigues.
Ouça a matéria na Rádio Gaúcha Serra
Perfil da torcedora
Nome completo: Alana Elisabeth Rodrigues Maciel
Idade: 24 anos
Um Jogo marcante do Caxias: Gauchão 2019 - Juventude 0 x 3 Caxias
Um ídolo do Caxias: Jajá (1999, 2000, 2004, 2005, 2007)
Um gol do Caxias: Gol do Diogo Oliveira, na final do 1° turno do Gauchão 2020
Por que torce pelo Caxias? Influência do meu dindo, que desde pequena me levava aos jogos.
Qual o teu primeiro jogo no estádio? Não tenho certeza, porque ia desde muito nova, mas o primeiro que consigo lembrar foi o empate em 2 a 2 com o Veranópolis, em 2000.
Costuma assistir os jogos em que parte do Estádio? Na Geral, normalmente, à direita do meio-campo.
Costuma assistir os jogos com quem? Com os meus amigos.
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