O atacante Murilo Costa, ex-Caxias e Juventude, pertence ao Braga, de Portugal, mas na última janela de transferências foi emprestado ao Sporting de Gijón, clube da segunda divisão da Espanha. No país da península ibérica, ele vive o isolamento social devido à pandemia do coronavírus.
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A Espanha já ultrapassou a marca de 13 mil mortes pela covid-19 e tem mais de 135 mil casos confirmados. O país é o segundo mais afetado do mundo pelo número de óbitos, superado somente pela Itália. Gijón, cidade onde ele está, fica na região das Astúrias e a 450 km de Madri.
O futebol parou no país há quase um mês, no dia 8 de março, quando aconteceu o último jogo da equipe na goleada, por 4 a 0, em casa contra o Las Palmas. Três dias depois, dia 11, a direção reuniu o elenco e todas as ordens médicas foram passadas. Começava a partir dali a quarentena.
– A partir daquele dia, não saímos mais de casa. Está sendo novo para todo mundo. O bom é que estamos juntos aqui, eu e minha esposa. Tenho companheiros que estão sozinhos e ninguém pode sair. O clube deu total apoio e com todas as informações. Sempre, os médicos entram em contado com a gente. Sabemos que é um momento delicado e uns precisam dos outros. Não tem outra matéria para combater, ainda mais que a Espanha é um dos países com maiores índices de casos e mortes – disse o atacante de 25 anos, que lembra os cuidados rigorosos impostos pelo governo espanhol:
– A situação está bem rígida. Inicialmente, podia sair e passear, correr no parque sozinho. Algumas empresas ainda estavam abertas. Tudo isso na primeira semana. Depois foi colocada multa para quem saísse. Só pode sair para colocar o lixo na rua e ir ao mercado.
Murilo Costa surgiu para o futebol no Caxias. Em 2017, chegou ao Juventude. Depois, se destacou no Nacional, de Portugal, antes de se transferir para o Braga. Agora, no Sporting Gijón, mesmo com a paralisação dos jogos, os treinos continuam em casa. O clube disponibiliza ótima estrutura para os atletas. Inclusive, uma esteira para cada um foi enviada e também kits com aparelhos de musculação – bola, corda, colchonetes e pesos. Diariamente. o preparador físico passa uma programação de trabalhos.
Além disso, no grupo do WhatsApp, o treinador repassa trabalhos em vídeos sobre erros e acertos da equipe durante a temporada. Essa sessão de vídeos acontece pela parte da manhã e a atividade é dividida entre os setores defensivo e ofensivo. As vezes, é individual. Também há acompanhamento de índices de esforço cardíaco nos trabalhos realizados em casa.
– Não está faltando nada para a gente. A estrutura é ótima. É um país que investe no futebol. Eles são organizados. Essa situação de receber esteira e material de musculação é até engraçada. Chegaram duas pessoas de máscara, aqui em casa, e montaram tudo. Meus companheiros e eu ficamos muito felizes pelo esforço do clube – conta Murilo.
Experiência na Espanha
O Sporting Gijón, clube que está na 8ª colocação da segunda divisão espanhola, além da excelente estrutura disponibilizada para os atletas, neste momento de pandemia, proibiu que os jogadores deixem a cidade. Todos devem permanecer em suas casas.
Murilo chegou lá após se destacar no futebol português, no Braga e no Nacional. Em busca de novas experiências, terá o aprendizado dentro de campo, e também fora dele, com toda essa situação da pandemia:
– Na minha carreira, estou passando por um futebol que tem muito investimento, como é na Espanha. Os clubes não metem os pés pelas mãos e não sabem o que é dever salário.
A quarentena tem obrigado as pessoas a ficarem mais em casa. Os jogadores tem enfrentado uma rotina diferente. Para passar o tempo após os treinos, Murilo Costa gosta de falar com os amigos, brincar com a sua cadelinha de estimação, jogar Fifa no videogame e assistir séries:
– Meu time (no videogame) é uma mistura de Borussia e Liverpool, “tá” um cano. Ultimamente tenho assistido Peaky Blinders e Chernobyl. Além disso, tenho conseguido falar mais com os amigos e a família. Minha esposa, que é de Caxias, consegue falar mais com os pais.