Jogos decisivos são marcados por lances que podem passar despercebidos depois do apito final. Momentos capitais e que definem os rumos de uma semifinal. Da Silva fez o gol aos 46 minutos do segundo tempo, garantindo a vitória grená sobre o Ypiranga e a classificação à final para encarar o Grêmio, no próximo sábado, no Centenário, às 16h30min. Só que também teve um camisa 1 fundamental nesta história.
Marcelo Pitol defendeu as duas chances claras criadas pelo time de Erechim, uma em cada tempo de jogo, e foi responsável direto pela vaga.
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A defesa na etapa final, logicamente, é a mais importante. Um contragolpe muito rápido do Canarinho, aos 40 minutos, onde Leilson encontrou Jean Silva na área. O camisa 7 dominou e tentou colocar a bola no ângulo esquerdo. Mesmo caindo, Pitol conseguiu fazer uma grande defesa e impediu um tento que poderia ser fatal àquela altura.
— É um gol. A gente vibra e torce como se fosse um gol — ressaltou o goleiro grená, que completou:
— Se eles fizessem o gol ali, iriam se trancar na defesa e ficaria muito difícil para nós buscarmos o empate. Consegui ajudar e estou feliz.
O momento foi tão importante que, após o apito final, o técnico Rafael Lacerda abraçou o goleiro e ambos extravasaram na frente do torcedor. Antigos companheiros dentro de campo, Pitol foi um dos pedidos específico do treinador na montagem do grupo para 2020. Eram por momentos como esse, que ele justificava a importância da contratação. Ao mesmo tempo, o arqueiro também traz outro espírito para dentro do vestiário.
UM LÍDER
Uma das características de Marcelo Pitol é a liderança e na sua forma mais sanguínea – por vezes até extrapolando um pouco. Natural de São Leopoldo, ele é um goleiro que levanta a moral do grupo de jogadores e faz questão de sempre ser otimista nas suas colocações.
— Desde o primeiro jogo contra o Grêmio, onde tivemos uma grande atuação, a gente tinha o intuito de estar entre os primeiros. Eu sempre acreditei muito. É espetacular estarmos numa final de turno, muitas pessoas não acreditavam. A torcida nos apoiando de novo, isso é o diferencial do grande torcedor do Caxias. Agora vamos ter que trabalhar muito para essa grande decisão — ressaltou o goleiro.
Aos 38 anos, Pitol tem um currículo extenso. Do menino criado no Estádio Olímpico Monumental, na Azenha, ele passou por uma quantidade enorme de clubes, e nos últimos anos ganhou a identificação com o torcedor grená. É um dos símbolos da retomada do clube – desde o trágico 2015.
Conquistou a Divisão de Acesso e a Copa Larry Pinto de Faria, em 2016, e o título do Interior no Gauchão de 2017. Neste mesmo ano, foi para o Brasil-Pel – o grená não tinha calendário nacional –, mas sempre deixou clara a vontade e a porta aberta para retornar. Voltou e recoloca o clube com chances de levantar outra taça. No caminho está o Grêmio, atual campeão e um dos gigante do Estado.
— As duas equipes vêm evoluindo com o trabalho diário, até com o crescimento do campeonato. Antes do Inter, eles (Grêmio) tiveram um percalço contra o Aimoré e ali deu para ver que é uma competição muito disputada. O Gauchão está muito parelho. Nós teremos que rever vídeos, trabalhar a parte ofensiva e defensiva, ver ainda mais o Grêmio. Por que não? Eu acredito muito, que poderemos chegar no sábado, fazer um grande jogo e sairmos campeões — afirma Pitol.