Há três anos investindo no futebol feminino, o Brasil-Fa conquistou o título do Interior do Gauchão Feminino e ganhou o devido reconhecimento neste domingo (1). Depois de vencer o Oriente por 2 a 1, com gols de Pati e Tuca, as gurias de Farroupilha também garantiram vaga no Brasileirão A-2 do próximo ano, e R$ 10 mil em premiação.
O entendimento de que o futebol feminino estava em ascensão iniciou em 2016, devido ao crescimento da modalidade.
— Dentro de Farroupilha, percebemos o crescimento das modalidades femininas, especialmente do futsal. E, por sermos um time profissional de futebol de campo, buscamos ingressar no feminino — conta o diretor de administração do Brasil-Fa, Gabriel Marchet.
A partir de então, as gurias passaram a utilizar toda estrutura do clube e usufruir do trabalho dos profissionais disponibilizados pelo Brasil-Fa. Além disso, no Projeto Futuro Rubro-Verde, de categorias de base, criou-se a modalidade feminina, com meninas de nove a 15 anos.
— Nosso objetivo, lá em 2017, quando iniciamos o projeto, era ser referência no futebol feminino do interior do Estado. Sabemos que foi um grande passo ou que somos referência, graças ao título. Então, coroamos este trabalho, e agora é um planejamento diferente, já conversamos com equipes que disputaram a Série A2 e sabemos que, em alguns casos, há discrepâncias bem grandes, assim como no Campeonato Gaúcho — explica Marchet.
A expectativa é de que as meninas retomem os trabalhos em janeiro, pois o Brasileirão inicia no dia 15 março, enquanto o Gauchão Feminino começa em agosto. Atualmente, a equipe conta com atletas de oito cidades da Serra Gaúcha, além de moradoras do Vale do Taquari.
Neste ano, segundo Marchet, surgiram patrocinadores de forma discreta e, para a próxima temporada, há pretensão de que haja mais retorno neste sentido:
— A gente espera que tenha sim, não precisa ser de grande porte, mas que queiram apoiar um projeto sério e inovador, como o nosso. Vamos analisar até que ponto teremos recurso para canalizá-los. Até porque, nos clubes do interior, todo dia são feitas tentativas de patrocínio, buscam-se recursos.
Conforme o regulamento do Brasileirão Feminino A-2 deste ano, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) custeia passagens rodoviárias, aéreas e cobertura das despesas de alimentação e hospedagem para a delegação visitante. Além disso, oferece R$ 5 mil, em partidas disputadas como visitante, para ajuda de custo; e R$ 10 mil para partidas realizadas em casa, para cobertura com arbitragem, ambulância, gandula e exame-antidoping.
— Nessa logística, é uma preocupação menor. Mas também temos outras despesas, com funcionários e manutenção, porque é um campeonato longo. Então, quanto mais se capta recursos, mais se canaliza eles — explica Marchet.
Em relação ao grupo que integrará a equipe feminina do próximo ano, há possibilidade da contratação de novas jogadoras.
— Vamos analisar até que ponto teremos recursos. Então, vamos seguir com algumas atletas, reforçar com outras que talvez possam vir remuneradas e também pensar em casos trabalhistas e moradia, por exemplo. Além disso, realizamos avaliações consecutivas com atletas que pretendem ingressar no futebol, porque há um número grande de talentos escondidos. Então, temos que intensificar essa procura.
Atualmente, as gurias não recebem remuneração salarial para defender as cores do Brasil-Fa. Sendo assim, a maioria delas possui atividade profissional ou estuda durante o dia. Essa situação obriga que os treinamentos sejam realizados à noite e, por vezes, sem a presença de todas as atletas.
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