Em pesquisa realizada pelo IBGE em 2013, o futebol foi considerado o esporte mais praticado pelo brasileiro, com 59,8%. Na quarta posição ficou o futsal, com 3,3%. Esses dados refletem-se no número de espaços para a prática dessas modalidades. O avanço da tecnologia possibilitou a diminuição do custo para construção de quadras de grama sintética. Segundo dados da Total Grass, empresa especializada em instalação desse tipo de piso, o valor para compra, obra de terraplanagem, construção e instalação é de R$ 130 mil.
Lucas William Brehm é proprietário da Boleiros Futebol Society, no bairro De Lazzer (Rua Giácomo Geremia, 1.031). Contando com dois funcionários, mais a ajuda dos pais, o local é administrado por ele há seis meses.
– Quando assumimos a quadra, ela tinha um retorno financeiro para os antigos donos. Hoje, estamos tentando aumentar o movimento para ter retorno no que investimos de uma forma mais rápida. Provavelmente, não vai ser a curto prazo, mas tudo depende de nós – afirma Brehm.
O valor do aluguel das quadras gira entre R$ 180 e R$ 200 e varia conforme a demanda. Os horários mais procurados e, portanto, aqueles que custam mais caros, são entre 19h e 21h. Com uma média de 70 jogos por semana, a Boleiros garante cerca de R$ 13 mil semanais com o futebol society.
Uma forma de arrecadação em períodos pouco procurados, como manhã e início da tarde, é o aluguel das quadras para academias de formação de atletas. A franquia do Club Sport Marítimo, de Portugal, a Piá 10 e a Next Academy utilizam os espaços pelo menos duas vezes por semana. Além disso, boa parte das quadras tem hoje espaços para eventos, o que aumenta a abrangência e serve como um diferencial.
– É lógico que o principal negócio é o futebol. Mas a gente ataca em todas as frentes. Aniversário de crianças está em alta. Então, trabalhamos nesses eventos também. Temos uma copa que vende bauru, xis e outros lanches – comenta Brehm.
O proprietário da Boleiros acredita que a oferta de variadas atrações permite a diversificação do público e aumento nos lucros:
– Temos que ofertar um negócio bom para o pessoal permanecer depois das partidas. Uma coisa puxa a outra. Hoje em dia, as famílias vão juntas.
Algo semelhante acontece na Bohrer Sports, que conta com um restaurante aberto das 6h às 22h, e na Padel Land, que tem cozinha, lancheria e churrasqueira. No Giro da Bola, o restaurante está em obras.
O futsal não está em queda
O crescimento das quadras de futebol sete na cidade gera questionamentos sobre a prática do futsal. Um dos proprietários do Centro Esportivo Medianeira, Marcelo Finardi, discorda do senso comum. Segundo ele, a procura pelas modalidades se equipara, e isso é explícito nos números. No local, que possui espaços para ambas as modalidades, são realizados aproximadamente 25 jogos por semana em cada. Além de reunir menos atletas, já que o futsal é praticado com cinco jogadores em cada equipe, a locação para o futsal é mais barata: R$ 100 contra R$ 160 no society.
– O pessoal falava que o futsal estava em baixa e que ia acabar. Só que a gente vê uma força muito grande. Vejo que ele não está morrendo porque tem ligas muito fortes no país e no Estado – defende Finardi.
Para ofertar as modalidades, Finardi e o sócio Márcio Pescador investiram cerca de R$ 1 milhão. Contudo, um ano e meio após a inauguração, eles ainda não obtiveram retorno financeiro. A projeção de recuperação é de quatro anos.
O Centro Esportivo Medianeira (Rua do Rosário, 220, bairro Medianeira) também tem uma parceria com o ex-jogador Marcelo Costa, que administra uma escolinha de futebol para crianças entre cinco e 16 anos. As atividades são ministradas de segunda a sábado, com mensalidade de R$ 80. O espaço também é alugado para o Bella Futsal e o Vasco da Gama:
– São serviços terceirizados, então o valor é mais acessível. As escolinhas fecham o plano anual e pagam cerca de R$ 60 por hora.
A alternativa para o basquete
Rodrigo Barbosa desenvolve em seu ginásio o NBA Basketball School. Desde março, ele oportuniza a jovens da região um modelo de ensino espelhado no que é aplicado nos Estados Unidos. O espaço alugado, no bairro São Pelegrino (Rua Marechal Floriano, 1.098), conta com uma quadra de basquete e local para alongamento, treino funcional e específico. O espaço ainda é locado para grupos de basqueteiros e utilizado no projeto social Na Quadra.
Barbosa investiu no piso, iluminação, pintura e em tabelas de basquete, e conta no seu quadro de funcionários com mais dois professores. Nas escolinhas, o treinador conta com 45 alunos dos sete aos 15 anos, que pagam a mensalidade de R$ 120. Há também 18 alunos nos atendimentos personalizados, que custam R$ 150 por hora, e oito horários de locações, ao custo de R$ 100. A soma das modalidades gera um ganho aproximado de R$ 11 mil.
– É natural que no primeiro ano não se consiga ter um retorno no investimento. Mas é um serviço que se paga. Esse é um dos pontos positivos das atividades que a gente faz. A estrutura é grande, então imagino dois ou três anos para equilibrar – diz Rodrigo Barbosa, que destaca a locação das quadras como a melhor forma de retorno financeiro:
– Na locação, tu recebes sem precisar estar trabalhando. Então, se eu fosse contabilizar, é o que dá o melhor retorno, porque eu não tenho pagamento de profissionais trabalhando.
A opção do pádel
Outro esporte com crescimento no número de praticantes na região é o pádel. Tradicionalmente disputada em clubes sociais, a atividade também conta agora com lugares privados. A Padel Land foi aberta pelo proprietário Rogério Azzi em abril de 2018 (Rua Jacob Luchesi, 2.371, Santa Catarina), com investimento de R$ 2 milhões. O local conta com cinco quadras oficiais.
– A Padel Land revolucionou o modelo de quadras. As paredes não são de alvenaria, são todas construídas com vidro. O piso é de grama sintética, então pode ser colorido, como as quadras que existem na Europa – explica Azzi, que projeta a longo prazo um retorno do investimento:
– A nossa expectativa varia entre três e quatro anos. Estamos bem contentes com o resultado. Desde a inauguração, já começou a dar retorno e ainda não precisamos fazer mais nenhum tipo de investimento. Porém, ainda não se pagou.