Uma cidade religiosa
Imperatriz é um dos principais municípios do estado do Maranhão. Com cerca de 300 mil habitantes, a localidade da região sudoeste do Maranhão tem uma formação basicamente católica. A Igreja de Santa Teresa D'Avila é considerado o marco inicial da chamada "Imperatriz velha", região mais próxima à beira do Rio Tocantins.
Outra característica que marca a religiosidade da cidade é o nome do estádio. Frei Epifânio era um religioso italiano que fez história na região, não só pelas suas pregações, mas porque era um esportista. Morto em 1983, ele chegou a atuar por um time de Imperatriz de batina. Depois, conseguiu uma liberação do Vaticano para atuar sem as vestimentas religiosas durante as partidas. Contam os mais antigos que na decisão da Copa do Mundo de 1970, quando a Itália empatou o jogo, o Frei soltou foguetes na Praça Brasil, no centro da cidade.
Os separatistas
Outra característica que marca parte do povo de Imperatriz é o espírito separatista. Distante cerca de 700 km de São Luís, capital do Maranhão, algumas lideranças das cidades do sul do estado se organizam para realizar a divisão. No entanto, encontram muita resistência de lideranças ligadas ao governo maranhense. Isso porque o "Maranhão do Sul" ficaria com boa parte do PIB do Estado, enquanto na parte norte só restariam São Luís e a região dos Lençois maranhenses.
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Os ribeirinhos
Uma das principais atrações da cidade são as atividades à beira-rio. Entre as chamadas prainhas, há os pescadores e aqueles que vivem do turismo. São pessoas responsáveis por fazer o transporte pelos pontos da região ou pela travessia entre o Maranhão e o Tocantins. Assim conheci o barqueiro Félix dos Santos, que dos seus 70 anos de vida, dedicou mais de 60 à atividade. Segundo ele, é uma tradição que vem de família. Seu Félix, à bordo do São Gerônimo, transporta passageiros da Avenida Beira-Rio até a Praia da Rogéria. A grande maioria das pessoas que usam o barco dele são da cidade mesmo, em busca de lazer no fim de semana. É um ofício que passa de geração para geração.
E o jogo?
No São Gerônimo o confronto entre Imperatriz e Juventude também é assunto. A maior parte das pessoas sabe da partida e que o clube da cidade pode chegar na Série B. A expectativa é de lotação total e bastante dificuldade de locomoção no entorno do Frei Epifânio. Seu Félix também torce para o time local, apesar do apreço por outros clubes:
— Eu torço para o São Paulo e depois para o Fluminense.
No domingo (01), muitos pontos da cidade estavam cheios e com as televisões ligadas no jogo do Flamengo, que é considerada por todos aqui a maior torcida de Imperatriz.