O meia-atacante Adrian, 18 anos, foi emprestado pelo Juventude ao Grêmio até o final de janeiro do próximo ano. O atleta pode render até R$ 1,1 milhão aos cofres do clube alviverde, se o time porto-alegrense exercer a opção de compra ao final do vínculo de empréstimo.
Antes de assinar com o Grêmio, o jogador renovou com o Juventude até 31 de dezembro de 2021. Ao final do empréstimo, se o Tricolor comprar 60% dos direitos do atleta, terá que pagar R$ 600 mil. Caso queira mais 10%, terá que pagar mais R$ 500 mil. Isso pode totalizar até R$ 1,1 milhão aos cofres do clube alviverde.
Adrian, o jovem de Xanxerê
Nascido em 2000, o jovem é natural de Xanxerê, em Santa Catarina. Começou a jogar futebol aos 5 anos idade. O início foi nas quadras, posteriormente chegou aos campos.
— Desde pequeno tive esse sonho de ser jogador de futebol. Comecei no Futsal, depois fui para o campo. Comecei nas escolinhas de salão com o professor Peninha e eu treinava muito fundamento. Depois fui na escolinha do Tabajara, depois no Guarani de Xaxim — disse o meia-atacante, que morava no Bairro Vila União, no oeste catarinense.
O grande incentivador para o começo no futebol foi o pai Flávio dos Santos, que, aliás, quase foi jogador como lateral-direito. Só não foi atleta porque a mãe, Clarice, estava grávida de Adrian.
— Tudo isso que está acontecendo na minha vida hoje eu devo a ele. Sempre que eu pensava em desistir, ele me apoiava. Ele me incentivou desde moleque. Ele não foi jogador, porque na época minha mãe estava grávida de mim — lembra Adrian.
Dificuldades e família
Como a grande maioria dos jogadores, Adrian passou muitas dificuldades para chegar no objetivo de jogar futebol. Quando morava com a avó, encontrou muitos obstáculos.
— Às vezes, não tinha nem mistura pra comer no meio-dia ou arroz e feijão ou somente arroz. Tinha que comer aquilo que tivesse. Chego a me emocionar. Não acredito que cheguei até aqui — disse emocionado o garoto.
Hoje, além dos pais, tem mais dois incentivadores. A namorada, natural de Veranópolis, e o filho de criação chamado Pietro Lucas.
— Quando estava no Criciúma, eu chegava a dormir com o celular ligado falando com ela. Depois fui para o Juventude e ficou bem mais perto dela. Assim, começamos o namoro. O menino tem 1 ano e três meses. Tá grandão e brinca de jogar bola comigo. Vou insistir para ele ser atacante e não goleiro (risos) — disse o meia-atacante.
Crescimento e a chegada ao Juventude
Após o início nas escolinhas, Adrian foi buscar voos mais altos. Primeiramente, em Santa Rosa. Depois no Criciúma e, por último, no Juventude. O meia se destacou na Copa Santiago do ano passado, quando o Ju foi até às quartas de final e foi eliminado para o Palmeiras. No entanto, machucado, não atuou na última partida.
Ele só retornou no final da temporada passada, após passar por cirurgia no joelho. Ele atuou em jogos da Copa Ipiranga Sub-20 e também na Copa São Paulo de Futebol Júnior. O bom futebol fez despertar interesse dos times da capital.
— Nunca fui de falar, mas eu gosto de fazer acontecer as coisas. Eu gosto de pedalar e ir para cima. Tem que ser feliz dentro de campo e partir para cima — afirmou o jogador.
O Juventude é um clube especial na vida do garoto. Foi ali que ele recebeu a primeira oportunidade e se destacou.
— O Juventude foi um clube que abriu as portas para mim e me recebeu bem. Devo muito a eles também, porque sempre acreditaram no meu potencial — disse o garoto.
Grêmio e sonhos
Com o acordo entre Juventude e Grêmio, Adrian se apresentou ao clube de Porto Alegre, realizou exames na última segunda-feira (24) e posou para foto ao lado do escudo do novo time. Ele deve integrar o elenco sub-20. Será uma grande oportunidade para mostrar seu trabalho.
— Significa muito para mim. É a realização de um sonho estar aqui e também um degrau da minha vida que subi e que não foi fácil. Nunca deixei de sonhar e sempre mantive a fé — definiu Adrian.
Como todo garoto, sonha alto. Quando começou na cidade natal, em Xanxerê, foi trilhando um passo de cada vez. Agora, entre Juventude e Grêmio, quer se destacar mais uma vez e receber oportunidades maiores no futuro. Tudo isso com uma intenção: ajudar quem apostou no seu talento.
— Meus sonhos são conseguir chegar no profissional, mostrar meu futebol para o Brasil e depois poder atuar fora do país. Pretendo ajudar minha família, dar uma faculdade para minhas irmãs e irmãos e que meus pais e avó não precisem mais trabalhar — salientou Adrian, que tem cinco irmãos.
Treinadores no Ju
Adrian trabalhou com dois treinadores nas categorias de base do Juventude. Ambos ajudaram na evolução do atleta. O primeiro deles foi Itaqui, que destacou as suas características.
— É um menino muito legal. Tecnicamente é muito vertical, que vai pra cima e finaliza muito bem. Como extrema entra na área. É um jogador completo na questão técnica e é rápido. Tenho certeza que com essas características, ele vai se dar bem no futebol moderno. — disse Itaqui.
Quem também treinou o jovem foi Luciano Almeida. Além de trabalhar no Juventude, também conheceu Adrian no Criciúma.
— Antes de trabalhar no Juventude, eu já tinha referências dele no Criciúma. Muito bom jogador. Isso se comprovou quando cheguei ao Ju. Eu utilizava ele como ponta, tanto pela direita quanto pela esquerda. Ele é muito bom definidor - definiu Luciano Almeida.