O sonho de todo esportista, seja ele profissional ou amador, é chegar em uma competição de nível internacional. Não seria diferente com André Duarte, 34, que disputa a partir desta terça-feira o Mundial de Muay Thai, em Bangcoc, na Tailândia. Será a 16ª edição do campeonato, no berço dessa arte marcial.
De forma quase despretensiosa para quem vive das lutas desde os 13 anos, ele se depara com o grande desafio da carreira como atleta de rendimento.
– Já mandei alguns alunos para lutarem lá e eles ficaram em quarto lugar, no geral. Mas eu nunca pensei que pudesse ir, não acreditava ter o potencial para isso. Entretanto, acho que todo mundo tem um sonho e esse estava meio interno. Agora as coisas se encaixaram e estou pronto para ir – conta o lutador farroupilhense.
Duarte encontrou nas lutas uma forma até de segurar seu ímpeto juvenil. Segundo ele, era muito brigão e em uma dessas confusões acabou encontrando seu ambiente preferido, as academias. Passou pelo kung fu e o boxe chinês até conhecer o muay thai. Desde então, virou atleta de rendimento e coleciona bons resultados.
Em oito anos de luta, Duarte já foi três vezes campeão estadual, uma vez brasileiro, levou o título da Copa RS e, no ano passado, foi vice do nacional e ainda ficou com o cinturão da Copa dos Campeões.
– No brasileiro, tinha tudo para ser campeão e perdi na última luta. Acabei me desmotivando, fiquei abalado com a derrota. Queria muito ser campeão. Foi quando o Eduardo (Veríssimo, mestre da Garra Team) me convidou para lutar a Copa dos Campeões, em novembro. Recomecei e ganhei o cinturão. Se tinha essa vaga no Mundial, era merecedor e ia me ater nisso – comenta o lutador.
São três turnos de treinamentos. O primeiro com o mestre Eduardo Veríssimo, na Garra Team, em Garibaldi. Depois, preparação física na R1 Arena, em Farroupilha. E para completar o circuito serrano, ele ainda tem acompanhamento nutricional em Bento Gonçalves, com Renata Gabardo. Fora isso, ainda tem as aulas que André ministra e que, de certa forma, estão financiando esse projeto.
– Na verdade, é o que me mantém. Eu trabalho basicamente com aulas de muay thai, jiu-jitsu e treinamento funcional – relata.
O lutador, que viajou para a Ásia no dia 7, estreia hoje em Bangkok. Poderão ser cinco lutas até o ponto mais alto do mundo. Além de André, participam da competição Estevam Beninca, Cauã Matoso, Rafael Sanson, todos atletas da equipe Garra Team.