— Graças ao bigode fez um bom jogo.
Assim, o armador Cauê Verzola interrompeu a entrevista do ala Pedro, após a segunda vitória sobre o Botafogo, na terça-feira. Os dois apareceram de visual novo no início dos playoffs, no sábado passado. Com o bigode mantido, eles vão para o terceiro confronto diante do alvinegro carioca na noite de hoje, às 19h, no Vascão.
A mudança foi uma promessa feita pelos dois quando nem sabiam se o time estaria na segunda fase do NBB 10:
— Ainda no início do campeonato falamos: “se o time for para os playoffs, vamos deixar o bigode até o final”. Combinamos e é bigodinho agora. O meu não é muito grande, mas vamos levando do jeito que dá — brinca Pedro, que aos 23 anos ostenta apenas alguns fios escassos na face.
O ala chegou em Caxias, na metade do ano passado, como mais uma promessa de um time reformulado. Ganhou a titularidade nos últimos jogos da temporada regular e assim segue nas oitavas.
— É legal ter a confiança de todo mundo. É o trabalho do dia a dia. E só estou aqui para ajudar o grupo. Depois a gente pensa nas coisas individuais — diz Pedro, que atuou em todos os 30 jogos do time na temporada.
Observando os três anos anteriores, quando defendeu Brasília e Franca, os números são incomparáveis. Pelo time gaúcho são 634 minutos de quadra até agora, enquanto nos outros anos não chegou a 90 em 33 partidas.
Diante do Botafogo, na terça-feira, Pedro foi o responsável por nove pontos, além de ser o líder do time em assistências. No primeiro jogo, foram os mesmos nove pontos — curiosamente, o número da sua camisa.
Se o Caxias vencer a partida desta noite, garante classificação às quartas de final da competição, onde enfrentaria o Mogi. Porém, Pedro alerta para que o time não se acomode com o dois a zero no confronto:
— Não tem como administrar. Basquete é uma caixinha de surpresas. Se a gente perde esse jogo, tem que decidir lá. Daí será o caldeirão deles também. Entramos na terça para mostrar a eles que não vai dar, e é com esse pensamento que vamos jogar esse jogo. Sabemos que será um outro duelo, mas vamos entrar do mesmo jeito ou mais forte.
No primeiro confronto em casa nos playoffs, a torcida mais uma vez foi o diferencial. Mesmo para quem jogou em times com tradição no basquete, o que os caxienses estão fazendo no Vascão surpreende:
— É incrível. Ver essa torcida aqui é diferente. Já joguei em Franca, que tem uma torcida apaixonada também, mas do jeito que essa torcida aqui abraçou é diferente. É um caldeirão. A energia positiva e o apoio que eles passam nos 40 minutos, e sem a gente precisar pedir, é uma coisa apaixonante — diz Pedro.
Grupo para a hora de decidir
Nas duas partidas contra o Botafogo, o técnico Rodrigo Barbosa utilizou praticamente todos os jogadores. Quem tem ficado mais em quadra é Cauê Borges. O ala atuou por 43 minutos no Rio de Janeiro e 31 na terça-feira.
Nove jogadores pontuaram no segundo jogo, onde o treinador do Caxias utilizou seis dos sete atletas que ficaram à disposição no banco de reservas.