Quando participou de uma rústica em Veranópolis, ao lado do pai, ainda com três anos, Renato Augusto Espíndola Susin não fazia ideia do quanto o esporte seria representativo em sua vida. O tempo foi passando e as corridas de rua não eram mais suficientes para o garoto, que incorporou o ciclismo e a natação em suas provas a partir dos nove anos.
Hoje com 15, Susin busca a afirmação como triatleta e sonha disputar em 2018 os Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires, na Argentina.Campeão brasileiro de triatlo em 2011 e 2013, nas categorias sub-9 e sub-11, o jovem atleta chegou nesta segunda-feira em Palmas, no Tocantins.
Ele foi convocado pela Confederação Brasileira de Triatlo (Cbtri) para um trainning camp. Trata-se de um trabalho de aperfeiçoamento com talentos da modalidade de olho nas competições futuras. No domingo, na capital tocantinense, Susin disputará a primeira etapa do Campeonato Brasileiro. A competição serve como seletiva para os Jogos Sul-Americanos da Juventude, em Santiago, no Chile, no final de setembro.
– O meu grande objetivo é disputar os Jogos Olimpícos da Juventude, em Buenos Aires, no próximo ano. Por isso, vou buscar um bom resultado nestas competições. O treinamento lá em Palmas será um período importante de aprendizado – destaca o triatleta.
Recentemente, o caxiense disputou o Sul-Americano de Jovens, em Montevidéu, no Uruguai, e acabou como melhor brasileiro na prova, na 11ª colocação. Viajar, encarar desafios e as dificuldades de uma modalidade sem tanta tradição no Brasil não são barreiras para o jovem atleta. Renato Susin sabe da necessidade de evolução, mas vê com tranquilidade o seu futuro.
– O triatlo para mim é mais que um esporte, quase uma religião. Quando não estou treinando, penso no triatlo e gostaria de estar no treinamento. O que mais sinto falta hoje é justamente a junção das três modalidades. Preciso treinar cada uma separadamente. É o que espero ter a mais neste camp, alguém especializado no triatlo para aperfeiçoar as transições – destaca Susin.
As dificuldades e o sonho de ver o triatlo evoluir
Não é uma realidade exclusiva do triatlo, mas algo que incomoda a todos que buscam viver do esporte. Renato Susin não tem patrocinadores, apenas o suporte da Up Bike Store, que auxilia nas revisões da bicicleta. Ele participa das competições com o apoio dos familiares ou, em alguns casos, com valores da Confederação Brasileira de Triatlo. Para isso, os resultados são fundamentais, já que apenas os melhores recebem a convocação com direito a viagem e hospedagem, entre outros auxílios.
Susin disputa sete ou oito competições por temporada. Divide a rotina de treinos com os estudos em Caxias. Seu sonho é ver o triatlo evoluir no país. E, quem sabe, sendo protagonista nesta mudança de status.
– O Brasil tem muito potencial para crescer. Alguns atletas estão conquistando títulos internacionais na base e acredito que seja um trabalho a longo prazo da Cbtri. Espero que em 10 ou 15 anos possamos ter medalhas em Mundiais ou Olimpíadas. É algo que me motiva. Minha vida é uma página em branco. Posso ser alguém importante para o triatlo ou apenas mais um – projeta.
O grande incentivo vem justamente da família. O pai, Guto Susin, também participa de provas de triatlo e encontrou no esporte uma resposta para melhorar a qualidade de vida. Perdeu cerca de 26kg e agora passa os ensinamentos para o filho, que planeja voos mais altos e projeta a modalidade como profissão.