Um sonho que ainda não acabou. Mas que para se realizar novamente depende de uma série de fatores. Esse é o Caxias do Sul Basquete em relação ao Novo Basquete Brasil (NBB). Rebaixado nesta temporada, o time caxiense tem a possibilidade de disputar a décima edição do principal campeonato de basquete do país com a desistência de outras equipes, ou jogar a Liga Ouro, competição de acesso para o NBB 11.
Diante de um cenário de dúvidas e pouco apoio da comunidade e de patrocinadores, o Pioneiro começa hoje uma série de matérias avaliando o impacto que o time tem na cidade e como se pensa o futuro da modalidade e da equipe nos próximos anos.Após duas temporadas participando do NBB, o Caxias não venceu a disputa direta com o Macaé contra a queda na última edição.
Depois de 28 jogos e apenas cinco vitórias, a equipe ficou na 15ª colocação e foi rebaixada para a Liga Ouro.Entretanto, algumas das equipes que conseguiram a manutenção na elite passam por dificuldades financeiras e, assim como o Caxias, não tem a certeza sobre a manutenção dos times no segundo semestre.Por aqui, a direção do Caxias já diagnosticou: para jogar, só com outra realidade de estrutura e orçamento. Se será no NBB ou na Liga Ouro não é a maior preocupação de Rodrigo Barbosa, técnico e gestor do clube.
– Ainda não estamos pensando na competição que vamos jogar, queremos melhorar a estrutura de trabalho. A gente sabe que há várias coisas para fazer internamente. Alguns departamentos que nunca tivemos e precisamos trabalhar neles – analisa o comandante do time desde a sua fundação, em 2006.O NBB quer e precisa de um representante gaúcho. Basta saber se a cidade de Caxias do Sul quer um clube na elite.
Realidade financeira distante dos demais
Um estudo encomendado pela Liga Nacional de Basquete (LNB), organizadora das principais competições da modalidade no Brasil, com o instituto Aquila, revelou o quanto o Caxias Basquete esteve atrás dos seus adversários na edição 2015/2016 do NBB.
Enquanto outras equipes tiveram investimento na casa dos milhões, o time caxiense teve uma folha salarial em torno do R$ 800 mil para todo o torneio. Entre as associações, times que não são vinculados a clubes, a média de investimento girava na casa do R$ 2 milhões.
Nos clubes, como Flamengo, Pinheiros, Paulistano e Minas, a realidade era ainda mais distinta – cerca de R$ 2,3 milhões.
A comoção e a mobilização para a participação do Caxias no NBB 8 acabou dando resultado. E, menos de quatro meses após vencer a Liga Ouro, havia a confirmação da equipe no campeonato. Projetando o NBB 10, a ideia é outra.
– Não dá mais para fazer como montamos nos últimos dois anos. Estamos muito distantes. Esses valores são para a equipe, não para a estrutura. Nem é uma questão se eu gostaria ou não de jogar. Está claro que com este investimento a gente não consegue – admitiu Barbosa.