O momento é de reconstrução. Após a confirmação do rebaixamento à Liga Ouro, com a derrota para a Liga Sorocabana por 67 a 59, sexta-feira à noite, o Caxias do Sul Basquete/Banrisul inicia desde já uma nova caminhada. De avaliações sobre o que deu errado no NBB 9, de definições sobre o futuro do projeto e, especialmente, de como ele será alinhado a partir da próxima temporada.
– Desde que começamos o Caxias do Sul Basquete, em 2005, sempre demos um passo por vez e chegamos longe. Talvez, hoje o que o NBB nos cobre está muito acima do que temos como estrutura. Aí eu sou bem direto: nós não temos apoio. Pode falar que tem o Banrisul e vários parceiros. Ótimo. Ainda bem que temos eles, mas se for comparar com os demais times, não temos. Somos o menor investimento da Liga. Um jogador de 80% de todos os outros times paga o salário de toda nossa equipe. No alto rendimento do basquete, o jogador, as decisões dele ou do técnico acabam definindo o resultado – explica o técnico Rodrigo Barbosa.
Na próxima quinta-feira, a equipe enfrenta o Pinheiros, em São Paulo, no seu último jogo pelo NBB. Após o término da participação, o projeto Caxias Basquete será discutido. Por enquanto, segue firme e deve estar na próxima Liga Ouro.
R$ 200 mil a menos
Questionado sobre o investimento realizado para esta temporada, Barbosa afirma que foi inferior ao do NBB 8. Mesmo assim, acredita que a equipe poderia ter feito mais na competição.
– Nós temos o valor via Lei Federal, em torno de R$ 1,5 milhão, mas, em valor fora de lei, foi quase R$ 200 mil a menos do que no NBB 8 para jogar um campeonato que foi mais equilibrado. E é esse o valor utilizado para contratações, não o da lei, que não permite. Mesmo assim, tivemos a chance de ganhar aqui do Franca, Paulistano e Pinheiros, e do Campo Mourão lá. Estaríamos em outra situação – relembra.
Dividindo o trabalho de técnico e gestor da equipe, Rodrigo Barbosa destaca o crescimento do clube nas duas últimas temporadas, mas volta a lamentar as dificuldades para colocar o esporte caxiense no alto rendimento.
– Fundei o Caxias Basquete há 12 anos. Estou um pouco cansado, mas não justifica. Talvez, deve ter muita gente chateada, como eu. Assumo as responsabilidades. Montei o projeto e contratei. Ao mesmo tempo, tenho a consciência de como funciona a estrutura – finaliza o treinador.