Há uma nova moda no futebol brasileiro. Jogadores que ainda têm contratos com um clube, são procurados com propostas para atuarem, principalmente, em outro país. Depois de feitos os acertos financeiros entre atleta e o novo clube, começam as pressões para que os detentores de seus direitos federativos rescindam o contrato e aceitem um baixo preço. Aqui em Porto Alegre aconteceu com William, lateral do Inter, e agora, mais recentemente, com Walace, volante do Grêmio.
Em ambos os casos, o prejuízo recai totalmente sobre o clube, que é obrigado a fazer a difícil escolha: não vender e ter um jogador que dificilmente poderá ser aproveitado (mesmo com o contrato em vigor) ou vender o atleta por um preço que não julga suficiente, para se preservar de um prejuízo maior.
Outra situação também se coloca: se fizer um contrato longo, de cinco anos, pode o clube estar se arriscando a contratar um jogador como Anderson, por exemplo, que não consegue render. Por outro lado, se fizer um contrato padrão, tipo três anos, pela nova moda, está se arriscando a, passados metade do contrato, o jogador receber uma proposta e passar a fazer pressão para sair.
Tudo isso é muito injusto
As relações entre jogadores e seus clubes devem ser profissionais. Quando digo isso, refiro-me a uma via de mão dupla. Normalmente, atletas exigem condutas de seus empregadores quando se trata de condições de trabalho e salários, mas, aconselhados por seus empresários, não agem da mesma forma.
*Diário Gaúcho