Em um mundo infinitamente menos midiático, a velocista norte-americana Florence Griffith-Joyner foi uma das precursoras em transformar pista em passarela para o estrelato. Com longos e esvoaçantes cabelos negros, unhas coloridas e estilosamente compridas, a velocista de 1m70cm fez com que sua musculosa silhueta fosse sinônimo dos 100m e dos 200m rasos.
Em 1988, aos 28 anos, ela estabeleceu os recordes mundiais para as duas provas – respectivamente 10s49 e 21s34. São marcas tão incríveis que, para se ter uma ideia, a jamaicana Shelly-Ann Fraser, ouro em Pequim 2008 e Londres 2012 nos 100m rasos, cronometrou 10s75 na capital da Inglaterra. Esses 26 centésimos de segundo são uma eternidade na disputa mais veloz e emblemática do atletismo.
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Ao todo, Flo-Jo arrebatou três ouros em Seul 1988 (100m, 200m rasos e revezamento 4x100m); duas pratas em Los Angeles 1984 (200m rasos e 4x400m) e um ouro (4x100m) e uma prata (200m) no Mundial de Roma 1987. A morte envolta em polêmica e mistério em 1998 aumentou a suspeita de que a americana usou doping no auge da carreira. A causa oficial do óbito tem mais de uma versão (ataque cardíaco ou asfixia acidental em uma almofada durante um ataque de apoplexia, perda temporária das funções cerebrais).
Além dos recordes até agora imbatíveis, duas das heranças deixadas por Flo-Jo foram os testes antidoping, que passaram a ser rotina um ano depois de sua surpreendente retirada das pistas, e sua imponente e extravagante imagem dominando as pistas.