Uma derrota épica do Juventude. Assim pode ser resumida a tarde chuvosa deste domingo, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. Mesmo perdendo por 3 a 1 para o time de Luan, Giuliano, Miller Bolaños, Marcelo Grohe e companhia, o Ju se classificou à final do Gauchão após oito anos, outra vez contra o Inter. Uma vaga conquistada com suor, raça e muito sofrimento. Os 2 a 0 no Alfredo Jaconi foram decisivos e históricos. Elias e Roberson mitaram na cara de Roger Machado e de cerca de 18 mil torcedores.
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O Grêmio pressionou do início ao fim. Tomava a iniciativa, corria muito e chegava a toda hora na cara do gol de Elias, o camisa 1 de apenas 20 anos. Não demorou muito para a equipe que está nas oitavas de final da Libertadores abrir o placar. Logo aos três minutos, o volante Walace acertou um chutaço da intermediária e mandou a bola no ângulo. Sem chances para o goleiro do Ju: 1 a 0. Nem se ele tivesse asas, conseguiria defender.
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A pressão seguiu durante todo o primeiro tempo, mas o segundo gol gremista não saiu antes do intervalo. Muito por Elias, Klaus, Heverton, Wanderson, Itaqui. Muito pela entrega de todos, embora o Ju tenha abdicado de atacar por um bom tempo. Porém, mal recomeçou a partida na Arena e o Grêmio abriu 2 a 0. Giuliano recebeu uma assistência perfeita de Douglas, invadiu a área, driblou para dentro e chutou no ângulo. Era um minuto da etapa complementar e o Grêmio fazia o mínimo placar que precisava, pelo menos para não ser eliminado no tempo normal.
Só que não deu nem tempo para a torcida gremista comemorar. No minuto seguinte, o atacante Roberson apareceu sozinho no ataque do Ju, ganhou da zaga, chutou de fora da área em cima de um defensor, a bola saiu desviada e enganou o goleiro Marcelo Grohe: 2 a 1. Um gol que mudava tudo outra vez, valia a vaga na final e tirava a decisão dos pênaltis. A torcida de azul, preto e branco esmoreceu na Arena.
O Grêmio sentiu, mas não se entregou. Havia raiva pela derrota no Jaconi. Foi de novo ao ataque na pressão, com velocidade, triangulações e acabou marcando o terceiro gol em uma bela jogada de Giuliano com Miller Bolaños. O equatoriano recebeu na pequena área e tocou para o gol, de carrinho, aos 13 minutos.
Ainda tinha muito tempo para buscar o placar de 4 a 1, o único que servia naquele momento. Cabia ao Juventude se segurar como desse. Não existia a mínima possibilidade de fazer mais um gol. Àquela altura, Roberson estava isolado na frente. Era preciso povoar a defesa e o meio-campo. Foi então que o time de guerreiros de Antônio Carlos Zago decidiu: não iria tomar gol.
Por outro lado, quase todos no estádio acreditavam no gol que levaria o Grêmio à final em mais um Gre-Nal. Faltou combinar com Elias. Ele foi um gigante, defendeu tudo, desarmou Giuliano no mano a mano e salvou o time. Até Marcelo Grohe foi para a área do Ju no final do jogo, mas não adiantou. Helder foi expulso, o Ju ficou com um a menos nos acréscimos e não resolveu também. Estava escrito em algum lugar da Arena: a vaga à final viria com garra, emoção e muito sofrimento. Mas ninguém disse que ela tinha de ser para o lado azul.
Na decisão
Juventude perde para Grêmio por 3 a 1 e mesmo assim se classifica à final do Gauchão contra o Inter
Tricolor chegou a fazer 2 a 0, mas Ju reagiu, levou outro gol na pressão e se segurou no finalzinho
Adão Júnior
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