A sexta-feira foi de alívio, pelo menos em parte, no Alfredo Jaconi. A primeira das duas folhas de pagamento que estavam atrasadas foi quitada. Foi o que garantiu o presidente Raimundo Demore, lembrando que a próxima só venceria no próximo dia 10.
Em sua sala, o mandatário alviverde concedeu entrevista, pediu o apoio da papada e falou sobre muitos assuntos que deixam o torcedor do Juventude desconfiado: parceria, futuro, Gilmar Veloz, salários atrasados, ingressos e possibilidade de novos investimentos.
Demore admitiu que o clube vive um momento difícil, mas se mostrou confiante para reverter a situação. A solução passa por dois pilares: a chegada de um investidor, que seria trazido por Veloz, e o acesso para a Série B em 2015. Confira alguns trechos da conversa:
Momento
Estamos vivendo um momento de dificuldade, como ocorre em vários clubes no cenário nacional, em que todos estão enfrentando problemas com salários.
Tem parceria?
Quando nós procuramos um parceiro e desenhamos o projeto, se criou um caminho para que se trouxesse esse parceiro. Contamos com a ajuda do Gilmar Veloz e, temos que deixar claro para todos, que estamos vivendo aqueles dois anos de fase condicional. O que está acontecendo: o Veloz está dentro do futebol, trazendo jogadores importantes que irão qualificar o grupo, como aconteceu com o Macena, Matheus, Lucas e o Cassiano Bodini. Jogadores que realmente melhoraram a qualidade do time. Claro que ele (Veloz) tem a incumbência de tentar recolocar jogadores que estão no clube, fazer negócios pensando no exterior. Mas, a grande importância dele é trazer um investidor para dentro do clube. O Gilmar está hoje (sexta-feira) na Itália, falando com investidores, negociando com clubes italianos e tenho a expectativa que isso venha acontecer.
O que deu errado
O que não deu muito certo é o projeto imobiliário. Nós temos no CT, 40 hectares divididos ao meio por uma faixa de terra. Quando a parceria veio aqui, queria uma área completa para fazer um projeto e que resultaria em algo para o Juventude. Como o dono dessa terra não quis fazer a venda, estamos trabalhando para resolver isso.
A grana da parceria
Ajuda, já ajudou e temos coisas que foram investidas aqui em sistemas, acessos ao estádio, tudo que envolve custo. Vieram da parceria. Não é só no futebol. Teve também um aporte no futebol, mas esse recuo por não poder ter feito a construção na área total de terra, deu uma brecada. Isso temos que reconhecer. Mas o projeto continua de pé e estamos procurando uma solução pra isso.
Solução a curto prazo
Hoje estamos liquidando uma folha e com outra atrasada. Estamos trabalhando a todo momento e temos perspectivas boas. Tínhamos uma negociação praticamente fechada pelo Fabrício, mas pela lesão houve o recuo. Temos atletas que foram vendidos recentemente para o mercado da Arábia, formados pelo Juventude, e isso nos dá um recurso bastante interessante. Além disso, tem outras coisas andando que dão tranquilidade para negociar os atletas e dentro disso trabalhar em busca de terminar o ano em dia. Não posso dizer que vou regularizar isso amanhã, dar uma data ou prazo, mas existem soluções para que isso seja cumprido.
Ingressos
Eu sei que tentamos várias vezes mexer nos preços dos ingressos. E temos notado que o público não muda muito. São os que costumeiramente vem. Tenho uma opinião formada que fazemos o valor do ingresso para valorizar o associado. Não me parece muito justo fazer diferente.
Confira a entrevista completa na edição impressa do Pioneiro
Entrevista
"Estamos vivendo um momento de dificuldade, como ocorre em vários times no cenário nacional", diz o presidente do Juventude Raimundo Demore
Mandatário falou sobre atrasos salariais, parceria, Gilmar Veloz e futuro do clube
Maurício Reolon
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