Há mais de três meses em casa, em Florianópolis, após ser demitido do Flamengo, o técnico Dorival Júnior se mostra cheio de energias para voltar à ativa. Despejando o conhecimento de quem já atuou por uma dezena de times como jogador e comandou 14 da casamata, empresta seu olhar aprofundado para lançar luzes à recolocação do Juventude em um lugar de destaque no cenário nacional.
Júnior, como era conhecido nos tempos de atleta, chegou ao Alfredo Jaconi em 1994 por meio da parceria com a Parmalat. Aqui, no ano seguinte, encerrou uma carreira de sucesso após passagens por grandes como Palmeiras e Grêmio. Volante de técnica apurada, formou uma dupla de características opostas com o vibante Galeano na conquista da Série B.
Depois de pendurar as chuteiras, ficou afastado por oito anos, período em que buscou a graduação em educação física. A formação o permitiu atuar como técnico e estreou na casamata pelo Figueirense, em 2003. Comandou o Ju por um curto período em 2005, passando depois, entre outros times, por Sport, São Caetano, Cruzeiro, Vasco, Atlético-MG, Inter e Santos, onde foi protagonista de polêmicas com Neymar e Paulo Henrique Ganso, que culminaram na sua rescisão.
Em uma análise de quem monitora de fora do ambiente alviverde, considera a queda repentina do Juventude como um processo natural sem causas específicas:
- O Juventude não tem que lastimar essa situação. Acabou acontecendo e eu vejo que serviu de lição para todo mundo. Em 94, não ficamos ancorados àquela conquista da Série B. Sei que as pessoas que gostam do clube estão se mobilizando para a arrancada, este ano já chegou na final do turno do Estadual.
Dorival também sugere que a ascensão a degraus superiores está em um horizonte próximo do clube.
- O Ju sempre foi uma equipe guerreira e vibrante, quando voltar esse equilíbrio, será decisivo, mas o maior problema é a manutenção. Muitas vezes, você relaxa e se você relaxar em um ano no futebol brasileiro, principalmente as equipes que não são tão grandes, é natural ter mais dificuldades quando um erro acontece, e isso acabou culminando com a caída para a Série D. O Ju já sabe o caminho das pedras, falta consolidar uma condição - analisa.
Um olhar de fora
Campeão da Série B, ex-volante e técnico Dorival Júnior aborda a recolocação do Ju em lugar de destaque no cenário nacional
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