Os comerciantes de calçada tomam os espaços da avenida central de Caxias do Sul, e são concorrência desleal para o comércio da cidade. A Júlio de Castilhos tem se consolidado como território de vendedores ambulantes. Há exatos 10 anos, o Pioneiro mostrou que a via estava tomada por comerciantes ilegais, e de lá para cá nada mudou.
Na manhã desta terça-feira, no trecho de cinco quadras entre as ruas Marechal Floriano e Borges de Medeiros, cerca de 25 comerciantes se esparramavam pelas calçadas da Júlio, exibindo mantas, DVDs piratas, brinquedos, meias e outros artigos para venda.
O problema é ainda mais antigo, segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Caxias do Sul (Sindilojas), Ivanir Gasparin.
- Essa briga já tem mais de 20 anos. Somos totalmente contrários aos vendedores ambulantes, pois além de incomodarem o comércio, atrapalham o transeunte com as calçadas ocupadas com as mercadorias, e não fica bem também para a cidade - defende o dirigente.
No acumulado do ano, a secretaria do Urbanismo contabiliza o recolhimento de mais de 17,7 mil itens vendidos na rua (veja quadro). Segundo o secretário da pasta, Fábio Vanin, quatro fiscais trabalham em apreensões diárias, sempre em parceria com a Guarda Municipal ou com a Brigada Militar, para garantir a segurança. Sem a presença dos fiscais, os policiais não têm poder de apreensão.
As rondas são realizadas em turnos ou horários alternados, sem uma rotina definida, para não deixar os vendedores alertas.
- Os cronogramas são alterados, mas mesmo assim nós sabemos que a inteligência e as estratégias têm que ser melhoradas - admite.
Em fevereiro deste ano, a secretaria encaminhou à procuradoria-geral do município uma proposta que endurece um pouco mais o tratamento que é dado ao vendedor ambulante e ao material apreendido. A regulamentação está em processo de conclusão, para então ser encaminhada para o decreto do prefeito Alceu Barbosa Velho. Entre os pedidos do documento está o aumento da multa cobrada na hora de retirar os materiais, além da necessidade da apresentação da nota fiscal em alguns casos.
- Hoje o código de posturas é flexível com essas pessoas, com no máximo R$ 300 elas vêm aqui e retiram imediatamente a mercadoria, exceto os DVDs e CDs, que são destruídos - explica.
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Comércio
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