Depois de somar 1.764 jogos, chegou a hora do Monumental Olímpico vivenciar o último capítulo de seus 58 anos. Quando Grêmio e Inter entrarem em campo neste domingo, às 17h, para o clássico 394, o que estará em jogo é a história, a paixão e todo o legado de um protagonista do futebol gaúcho.
Inaugurado em setembro de 1954, o Olímpico foi palco de grandes conquistas. Foi nele que, em 1983, o zagueiro uruguaio Hugo De León ergueu a taça da primeira vez em que a América foi pintada de azul, preto e branco.
- Eu tinha 10 anos, fui com meu falecido pai e meu irmão Alex, lembro que o estádio estava completamente lotado. Pairava um ar de euforia sobre todos e quando aconteceu o segundo gol, minha nossa! Estremeceu o Olímpico, estremeceu de verdade, eu abraçava quem eu nem conhecia - recorda o torcedor Omar Borges.
O jogo inesquecível a que Omar se refere é a final da Libertadores conquistada em 1983. O adversário era o Peñarol-URU. A partida estava empatada em 1 a 1 até os 32 minutos do segundo tempo quando...
- O Renato Gaúcho pegou a bola quase na bandeirinha de escanteio e, com toda a categoria, alçou a bola na área e eis que surge quase como um torpedo o centroavante César para estufar as redes do goleiro uruguaio - conta, as mãos gesticulando, os olhos desfocados, como se ainda pudesse ver o lance que ficou eternizado em sua memória de criança.
Empresário do ramo imobiliário, Omar é natural de Porto Alegre e morava na Azenha, mesmo bairro onde fica o Olímpico. Herdou a paixão tricolor por meio do pai, com quem acostumava assistir a todos os jogos, também acompanhado do irmão mais velho.
Há 10 anos, deixou a capital com a então namorada e atual esposa e desembarcou em Caxias, de olho na efervescência do mercado de imóveis. No dia 08, o Grêmio escreverá mais uma página de sua história, com a inauguração da moderníssima Arena, em um jogo contra o Hamburgo-ALE, rival do título mundial de 1983. Porém, o que foi visto no Olímpico não será apagado.
- Que uma nova era nos traga a Arena Tricolor, mas o Olímpico sempre estará em nossos corações - sentencia o torcedor.
Despedida do Olímpico
Natural de Porto Alegre e empresário em Caxias, torcedor do Grêmio conta o seu jogo inesquecível no Estádio
A conquista de Libertadores de 1983 não sai da memória de Omar Borges
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