O presidente da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul, Celestino Loro, aproveitou a presença do vice-governador Gabriel Souza na cidade nesta segunda-feira (1º) para encaminhar demandas da entidade. Ao todo foram três solicitações, uma diretamente para o governo do Rio Grande do Sul e outras duas ao governo federal, com a expectativa de que Souza seja um interlocutor dos pedidos. As demandas não foram entregues de forma documental, mas apresentados em uma reunião antes da reunião-almoço da CIC, na qual o vice-governador foi o palestrante.
A primeira solicitação foi para que o governo estadual libere de forma integral a desoneração fiscal do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para todas as empresas do Rio Grande do Sul, e não somente para as que foram afetadas. Isso seria feito por um período pré-determinado, que não foi detalhado pelo presidente da entidade.
— O objetivo é o chamamento: “Empresários, invistam! Estamos juntos nesse processo” — explicou Loro.
Nas demandas da entidade para que Souza encaminhe ao governo federal está o pedido para facilitar o acesso a financiamentos junto ao BNDES, e que não seja somente para empresas gaúchas atingidas diretamente pela tragédia climática. De acordo com Loro, foram criadas inúmeras “travas” que dificultam o acesso a um crédito de R$ 15 bilhões já anunciados.
— É uma quantia muito pequena, na economia gaúcha isso é muito pouco. Ele tem que ampliar o volume de recursos.
A terceira demanda é para que o governo federal assuma a folha de pagamento das empresas que foram atingidas pela tragédia, em uma situação similar a que ocorreu na pandemia da covid-19. Essa solicitação, conforme Loro, foi feita logo no início da tragédia.
— Na primeira semana de junho, pós-folha (de pagamento), o governo federal e chegou e disse: “Vamos assumir um salário mínimo por mês durante dois meses para aquelas empresas e trabalhadores que estão nessas condições”. Primeiro, ele chegou atrasado, mas isso não tem mais remédio. Segundo, ele foi muito tímido, colocou um salário mínimo, e o resto? — questionou Loro.
O presidente da CIC ainda detalhou que é preciso entender o que significa ser atingido pela tragédia climática. Mesmo empresas que não tiveram perdas em ativos também perderam com a ausência de clientes, como no caso de empresas turísticas sem visitantes. E pediu novamente o apoio do país todo na reconstrução.
— Estamos falando de uma catástrofe que é brasileira, localizada no Rio Grande do Sul, embora para alguns ainda possa parecer que tudo isso aconteceu num longínquo estado do Sul do Brasil. Estamos falando de uma catástrofe nacional, que irá afetar não apenas o Rio Grande do Sul — lamentou.