Para conhecer mais sobre os destinos turísticos do Rio Grande do Sul, do Brasil e do mundo, cerca de 15 mil pessoas se inscreveram para participar da 35ª edição do Festuris, evento internacional do setor de turismo, no Serra Park, em Gramado. Neste ano, a convenção ocupou os três pavilhões do complexo, com estandes de todos os estados brasileiros e 40 países. O evento se encerra neste domingo (12).
Com a presença de autoridades como o ministro do Turismo, Celso Sabino, e de Marcelo Freixo, presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), a iniciativa impulsiona o setor com espaços para negócios, trocas de experiências e muito conhecimento sobre os destinos turísticos. Neste ano, o tema central do Festuris é "Capital humano: a chave da transformação”.
O Pioneiro circulou pela feira nesta sexta-feira (10) e selecionou alguns destaques que chamaram a atenção no primeiro dia. Confira a seguir:
Natal no Sergipe
Quando se pensa no Nordeste, logo vem à cabeça praias, calor e natureza. Mas não é só disso que vive, por exemplo, Sergipe. Segundo o secretário estadual do Turismo, Marcos Franco, que veio ao Festuris, além de sugerir as opções disponíveis por lá, a vinda a Gramado teve como objetivo aprender mais sobre o setor:
— Estar aqui é um doutorado e a gente vem aprender. Uma coisa que me chama atenção aqui são as flores, é algo que eu já quero levar pra lá! Aqui, vocês têm o Natal Luz. Em Sergipe, vamos ter o Natal Iluminado, que é o segundo maior Natal do Brasil, depois de Gramado. A divulgação é fundamental para nosso estado, porque o setor de turismo gera renda e emprego de imediato — destaca Franco.
Entre os atrativos que apresentou na feira está o forró:
— Sergipe é o "país" do forró. A gente teve um mês de forró, foi tanto sucesso de um mês que o governador ampliou por mais de 30 dias. Então, foram 60 dias de forró gerando renda e emprego. A gente investiu um valor e arrecadamos mais do que o dobro — celebra.
História e natureza em Minas Gerais
Além dos clássicos café, pão de queijo e doce de leite, Minas Gerais trouxe a Gramado mais conhecimento sobre os destinos turísticos do estado. Para além das cidades históricas, como Mariana e Tiradentes, a capital Belo Horizonte e os circuitos de caminhada, chamado Circuito do Inconfidentes, também ganharam destaque.
— A feira é muito importante pra gente, o mercado do Sul é muito importante pra Minas Gerais. Nós temos as cidades históricas e Belo Horizonte, que a gente precisa divulgar pro Sul como um todo — destaca Thiago Fonseca, gerente nacional de vendas de uma rede de turismo do estado mineiro.
Carro-chefe do turismo, as cidades históricas são os destinos preferidos pelos turistas do Sul, de acordo com Fonseca. Diamantina, Tiradentes, Ouro Preto e Mariana, segundo ele, são pontos já consolidados para o mercado.
— Por outro lado, a gente tem algumas coisas a apresentar como novidades, como o Circuito dos Inconfidentes, que tem o caminho de São Tiago. Temos também destinos voltados para a natureza, então também estamos apresentando essas novidades — diz.
Uruguai: o homenageado do ano
A cada edição do Festuris, um país é convidado como homenageado para expor os potenciais turísticos, histórias e tradições. Neste ano, o Uruguai foi o escolhido, em virtude dos anos de parceria, uma vez que foi dos primeiros países a investir na internacionalização do evento, participando desde o início da proposta.
Para Tabaré Viera, ministro de Turismo do Uruguai, participar do Festuris como convidado é uma grande honra:
— É uma feira internacional muito importante, particularmente para o Uruguai, que faz 34 anos que vem para a Festuris. Para nós, o Brasil constitui um mercado muito importante, com uma expectativa de crescimento também para o turismo. É um intercâmbio — destaca.
Ele relembra que muitos uruguaios também frequentam as praias do Brasil e gostam de visitar o país pela natureza, cultura e pelo Carnaval:
— Por essa razão, isso faz com que nós sejamos uma região que vai trabalhar em conjunto pela fronteira livre e pela promoção conjunta do destino turístico — finaliza.
África do Sul: opções para todos os gostos
No estande da África do Sul, na Festuris, o que não falta são opções de passeios para agradar todos os gostos: desde quem prefere a natureza até quem gosta de esportes. Além disso, uma grande novidade são os quatro voos diretos entre Brasil e África do Sul, saindo de São Paulo. Dois deles vão até Cidade do Cabo e os outros dois até Johanesburgo.
De acordo com a secretária do consulado da África do Sul no Brasil, Cilene Dutra, o principal objetivo da participação na feira é oferecer um novo destino turístico aos brasileiros:
— O pessoal não conhece o continente africano. Temos safaris, a nossa cultura é bem dinâmica, é colorida, o povo sul-africano é bem hospitaleiro, então a gente está aqui em parceria com a South African Airways, que é a nossa linha aérea oficial, que agora reiniciou o trajeto para a África do Sul. Na Cidade do Cabo, tem esportes, turismo, vinícolas. Somos muito conhecidos pelos bons vinhos — apresenta.
Ela diz que um grande número de brasileiros tem um certo receio do continente africano, mas que a ideia é desconstruir esse pensamento e levar mais brasileiros para conhecerem o país:
— Nosso objetivo é realmente que o pessoal conheça a África do Sul. Queremos que o pessoal pare um pouco para conhecer um pouquinho da nossa cultura, da nossa religião, de tudo — afirma Cilene.
Enoturismo em Portugal
No Vale dos Vinhedos, perto de Gramado, sede da Festuris, o enoturismo é o carro-chefe. Mas, do outro lado do oceano, em Portugal, os roteiros de enoturismo também chamam atenção do visitante.
Representante da Vinícola Quinta do Gradil, a cerca de 50 minutos de Lisboa, Catarina Moura destaca que o roteiro para quem quer conhecer os vinhos portugueses é uma opção para quem vai a Lisboa ou Porto:
— É perfeitamente possível estar em Lisboa e pedir um transfer que leve à nossa vinícola para uma visita guiada à Quinta, ou quem sabe um piquenique ou um brunch. Nós também somos um produtor que faz a colheita da uva, fazemos vindimas. Recebemos pessoas em setembro, que é a nossa vindima em Portugal, para fazer a colheita da uva e fazer a pisa da uva conosco na vinícola — destaca Catarina.
Apesar de parecer muito com o enoturismo brasileiro, Catarina explica que, por lá, o diferencial é no atendimento quase que exclusivo:
— Procuramos ter um contato mais individualizado com o cliente e não tanto em grupo. Além disso, nós temos muitos terroirs diferentes, mesmo dentro de cada região, e é possível, na mesma vinícola, provarmos vinhos com perfis totalmente diferentes. Além de bem receber, nós temos uma boa gastronomia, a nossa comida é ótima. Nós estamos muito próximos do mar, também, então no mesmo dia o visitante consegue ir a praia e em uma vinícola — destaca.