Pegos de surpresa com as baixas temperaturas registradas em maio, consumidores da Serra anteciparam a tendência do inverno de compra acentuada de aquecedores, estufas e fogões a lenha neste ano.
Aquecedores elétricos geralmente usados em banheiros e com preços que não passam de R$ 250 foram os campeões de venda na última semana, período de frio intenso em todo o Estado. Em Caxias do Sul, comerciantes do Centro confirmam a alta procura e a comercialização de mais de uma centena desses eletros em menos de sete dias.
A pronta entrega e a disponibilidade de estoque é citada pelo gerente de uma das lojas, como o diferencial deste ano para o volume expressivo de vendas.
— O cliente diz que independente de quanto custa, precisa sair da loja com o produto. Por vezes, tem uma diferença de preço no e-commerce mas, nesse caso, o consumidor não quer esperar, então, essa é a nossa vantagem — afirmou o vendedor Everton Soares que também confirma a procura por fogões a lenha, — alguns sites oferecem, mas o produto é muito pesado, o frete é caro, então, sai bastante direto da loja.
Em outro estabelecimento, em frente à Praça Dante Alighieri, o alto número nas vendas foi um aperitivo para o que se espera quando o inverno efetivamente iniciar no calendário. O gerente Valdir Amann lista a estufa elétrica como a campeã de vendas e acredita que a procura irá continuar.
— A tendência é de quando começar o inverno aumentar ainda mais. Os produtos vão permanecer na entrada da loja com os preços expostos, e a estufa pequena, por ser mais em conta e mais prática, dificilmente deixará de ser o produto mais vendido nessa época.
Frio faz venda de gás aumentar
O inverno começa oficialmente no dia 21 de junho, mas a queda brusca na temperatura registrada na última semana já reflete no bolso do consumidor. Gastos mais consideráveis com gás e energia elétrica, que movem aquecedores e chuveiros, apareceram precocemente no orçamento familiar em 2022. De acordo com o consultor de vendas Elicer Dias Ilha, o aumento no consumo de gás liquefeito de petróleo (GLP) na empresa em que atua foi de 8,6% na semana que passou.
— O preço do GLP subiu em torno de 23%, mas mesmo assim o consumo em condomínios aumentou de 8% a 9%. Antes da onda de frio, fazíamos recargas menores, e dessa vez verificamos que os reservatórios estavam mais vazios e necessitavam de uma maior quantidade. Só o fato de o morador aumentar a temperatura do aquecedor, ele já estará gastando esses 8% a mais — explicou.
Nas revendas que comercializam botijões de 13 kg, a alta na procura também foi percebida e contribuiu para confirmar a tendência de aumentar as vendas em até 30% durante o inverno.
— É um processo natural, se o frio chegar em abril, vai se vender mais em abril. No ano que as temperaturas não baixaram muito, ficamos sem esse aumento nas vendas. As pessoas precisam de meios pra se aquecer, e o gás é um dos principais— afirmou Gilberto Tondin, ao confirmar o aumento da procura na revenda que tem no bairro São Pelegrino.