O mercado de vinhos rosé vem ganhando força. É o que apontam sommeliers e vendedores de bebidas da Serra. Particularmente nesta época, de calor intenso, essa opção cai bem por ser mais leve, assim como os vinhos brancos, na comparação com os tintos.
Na Bocatti Vinhos e Utilidades, as vendas de rosé aumentaram 40% em 2021 quando comparado a 2020. Foram 9 mil garrafas comercializadas no ano passado. Os brancos cresceram um pouco menos, mas ainda assim de forma importante: 36%. Foram 4 mil garrafas desse tipo.
— O consumo de vinho branco e rosé só tende a aumentar, principalmente nesta época de verão. São vinhos que têm um valor menor agregado. São vinhos mais leves, frescos, frutados. São vinhos que permitem fazer a sangria, aquele drink, tu coloca frutas. Então, dependendo da categoria do vinho, tu consegue fazer alguns drinks e é cada vez mais tendência isso — comenta o gestor do varejo da Bocatti, o sommelier Jylson Carlos Carvalho.
Esse crescimento do mercado para os brancos e o rosés vêm embarcado em uma tendência de aumento do consumo de vinhos em geral no Brasil. Conforme a Wine Intelligence, a quantidade de consumidores de vinho no país cresceu de 22 milhões em 2010 para 51 milhões em 2021. Isso significa que 36% da população consome a bebida ao mês uma vez por mês. Carvalho pontua que muitos começam bebendo opções mais leves, que são a porta de entrada para outras alternativas.
Bebida nacional
Na Vinhos Nacionais, que vende para todo o país, a tendência também é de crescimento dos rosés especialmente, embora os brancos também venham ganhando mercado. Conforme o CEO da empresa, Leonardo Curra, a saída desses dois tipos está no mesmo patamar dos tintos. Para ele, existe uma quebra de preconceito em relação a essas opções mais leves, o que faz com que mais consumidores se disponham a provar. Curra destaca ainda que os produtos nacionais são de boa qualidade:
— A gente prova muito vinho e do mundo todo, até porque a gente precisa estar por dentro do mercado. Mas eu digo que o produto nacional tem um custo benefício muito maior que o importado. Se pegar um vinho da mesma faixa de preço que o importado, o vinho brasileiro entrega muito mais nos rosés e nos brancos também. A gente tem um clima muito favorável. Então, o vinho brasileiro consegue manter um padrão de qualidade.
A diretora da Associação Brasileira de Sommeliers do Rio Grande do Sul, Andreia Gentilini Milan, destaca que o crescimento do rosé é mais expressivo que os demais neste momento. Para ela, esse cenário está associado também aos consumidores mais jovens, que preferem estes produtos.
— As pessoas estão buscando bebidas mais leves, com menos álcool, mais refrescantes, para outros momentos. O vinho era muito uma bebida de inverno e, com a pandemia, efetivamente o vinho brasileiro dobrou a comercialização no Brasil. A bebida da pandemia foi o vinho. O Brasil foi o país que mais cresceu a nível mundial. De 2020 para 2021, o Brasil cresceu 18% (no mercado de vinhos) — comenta a sócia-proprietária da Espumantes Amitié.
O mercado de cada tipo de vinho
Dados entre janeiro e novembro de 2021, conforme a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra).
Vinhos de mesa:
88% tinto
1% rosé
11% branco
Vinhos finos:
72% tinto
6% rosé
22% branco