A construtora PRG, de Gramado, apostou numa forma sustentável para chamar a atenção ao seu novo empreendimento que está sendo construído no centro da cidade. O tapume para a obra do prédio nomeado de Astro, em alusão ao Festival de Cinema, é uma parede verde e com um espelho d’água funcionando quase como uma vitrine da empresa. Olhando de fora, pouco se nota que ali atrás existe uma intervenção e que abrigará um novo residencial no município da Região das Hortênsias.
— A ideia do tapume surgiu da vontade de trazer algo inovador e que instigasse a curiosidade das pessoas. A PRG precisava promover essa relação entre obra versus morador, turista, cliente e cidade de uma forma bela, mas principalmente gentil e respeitosa — explica a arquiteta e idealizadora Camila Neves Wilhems.
Sustentabilidade é uma realidade cotidiana e tende ser um grande diferencial econômico ali na frente, ainda mais para empresas que trabalham no setor de construção. Segundo o departamento técnico da construtora gramadense, tudo já está muito bem incorporado ao seu modo de projetar e pensar as novas intervenções urbanas. Placas solares, reaproveitamento de água da chuva e investimento em eficiência energética são fundamentais para minimizar os impactos que uma construção acaba gerando normalmente.
— O uso da plataforma BIM (software que cria o cenário da obra virtualmente) para todos os projetos em andamento já é realidade. Além de maior qualidade e eficiência, economiza muito em termos de gastos e tempo de obra. Por exemplo, todos os problemas que poderiam surgir na hora da construção são pré-solucionados, além dos quantitativos levantados de forma mais precisa, evitando desperdício de materiais — explica o engenheiro Eduardo Borges.
Na construção que está em andamento no centro de Gramado, já estão dentro do projeto os hidrossanitários, que usam a água da chuva, e telhado com a tecnologia steel frame, usando peças de aço galvanizado, e não utilizando madeira. Até os andaimes são considerados sustentáveis. O tapume no centro de Gramado custou aproximadamente R$ 80 mil, e toda a vegetação utilizada fará parte do paisagismo.
— O revestimento do tapume, onde parece madeira, é um revestimento cimentício que imita madeira. Um material ecologicamente correto, que além de ser material sustentável, é mais resistente e não exige manutenção. É a tecnologia nos permitindo uma construção sustentável — explica Camila.
A concepção desta estratégia também tem base em um estudo norte-americano, onde os clientes se sentem melhores em ambientes próximos da natureza. O empreendimento que está sendo construído em Gramado é tratado como um novo conceito de residência suspensa, tendo 13 apartamentos e cinco lojas. A previsão de entrega é para o ano de 2024.