Nos primeiros seis meses do ano, os setores produtivos de Caxias do Sul conquistaram o primeiro saldo positivo de 2021 e que aumenta a expectativa por uma retomada econômica. De janeiro a junho, foram admitidos 39.194 trabalhadores em Caxias, contra 33.349 desligamentos, gerando um saldo de 5.845 novas vagas. É isso que mostra o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), cujos números foram divulgados na quinta-feira (29).
A maior parte dessas vagas está concentrada na indústria, com 3.261 novos postos. O setor é chamado de locomotiva da economia local pelos especialistas, porque, quando emprega em maior escala acaba fazendo com que amplie a demanda em comércio e serviços, por exemplo. Levando-se em consideração os dados do Caged, é possível extrair até um certo otimismo. No balanço mês a mês, a criação de postos de trabalho em geral superou os desligamentos em todos os setores.
O comércio, apesar dos fechamentos forçados pelas altas taxas de contágio pelo coronavírus em períodos do primeiro semestre, gerou 981 postos. O setor de serviços, no balanço semestral, criou 1.215 postos. Por outro lado, a agropecuária, aqui em Caxias, sempre é condicionada a sazonalidade das safras. Ainda assim, foram 200 contratações a mais do que demissões no setor. É um pouco a mais do que a construção civil, a última colocada, com 188 vagas.
Cenário positivo
Para o economista e integrante do Observatório do Trabalho da UCS, Mosár Leandro Ness, a recuperação da economia deve ganhar ainda mais força no segundo semestre.
— As expectativas apontam para um crescimento do PIB nacional de mais de 4%, alguns analistas apontam em um crescimento na ordem de 5%, o que seria extremamente benéfico não só para o país, mas para o município em si. Eu acredito que essa retomada vai se manter nos próximos meses, porque, à medida que a vacinação avança, nós vamos conseguindo afrouxar as medidas de distanciamento e isso impacta também no nível de atividade econômica.
Segundo o professor, com a volta das aulas presenciais e maior atividades em eventos, a expectativa é que o mercado de serviços se reaqueça.
— Nós temos uma demanda reprimida e, especialmente o setor de serviços, vai experimentar um crescimento vigoroso no segundo semestre e início do ano que vem — aponta.
Além disso, diz ele, a indústria caxiense está voltada principalmente a atender o agronegócio, que em nível nacional, está bastante aquecido, com a demanda por commodities. Como a produção agrícola deve crescer, o economista pontua que isso deve influenciar em uma estabilização de preços de alimentos, reduzindo a pressão deles sobre a inflação.
Confira a seguir os dados dos cenários estadual e nacional:
O Rio Grande do Sul abriu 11.446 vagas de emprego com carteira assinada em junho. Significa dizer que é o sexto mês consecutivo no qual a geração de postos de trabalho no Estado fecha no azul. No acumulado do ano, com dados de janeiro a junho, o Estado acumula a criação de 93.139 vagas. Já no período dos últimos 12 meses, a diferença entre admissões e desligamentos está em 170.166.