A Marcopolo anunciou nova linha de produção para o segmento metroferroviário. A empresa apresentou em coletiva de imprensa ontem o denominado Prosper VLT, primeiro produto sobre trilhos da Marcopolo Rail, ramificação da Marcopolo Next _ divisão da empresa voltada à inovação — cujo primeiro modelo foi adquirido pela Giordani Turismo, de Bento Gonçalves, operadora oficial da tradicional Maria Fumaça — Trem do Vinho. O carro tem capacidade para 100 passageiros, vista panorâmica e acessibilidade. O Prosper VLT será produzido no complexo industrial da Marcopolo de Caxias do Sul, em fábrica específica para trens.
Além do sistema turístico, também haverá versões para transporte urbano (com capacidade de 760 passageiros) e intercidades (para até 280 ocupantes). Os veículos podem operar em velocidade de até 120 km/h.
O executivo responsável pela Marcopolo Rail, Petras Amaral, destacou que a empresa mira não só clientes em todo país, como também na América Latina:
_ Dos 63 principais centros urbanos do país, só 13 são atendidos por tecnologia metroviária. Ainda tem um gap muito grande. No Brasil, tem potencial na maioria das cidades que estão para renovar material rodante ou revitalizar sistemas. No mercado externo, a maioria dos países da América Latina, Chile, Colômbia, México, Peru...
Desde 2014, a empresa já estudava o mercado metroviário e iniciava a idealização do projeto. Para concretizar a linha fabril, passou por reorganização interna com capacitação de três anos de mão de obra e recrutamento de especialistas da área. Para a produção, está prevista a contratação de novos funcionários, mas sem perspectiva de quanto ou contingente necessário para acomodar a eventual demanda, que deve surgir ao longo dos anos. Esse foi um dos motivos de não impedir o lançamento do novo produto em plena pandemia, conforme ressaltaram executivos da empresa na apresentação.
— Esse projeto foi ''missão dada, missão cumprida''. O cliente deu um prazo e a gente cumpriu. Claro que atrapalhou muito, tivemos muitos problemas com materiais, componentes estrangeiros. Mas a pandemia vai passar e os negócios ferroviários tem um timing maior, define os negócios para os próximos cinco anos — ressaltou Petras.
A empresa informa ter estrutura industrial para produzir em torno de 100 carros por ano.