Morar bem, em um lugar agravável e seguro, proporcionando bem-estar em espaços de convívio para o lazer e atividades culturais. Tudo isso em uma espécie de minicidade, com farmácias, bancos, lojas, supermercados, escolas e postos de saúde. Enfim, uma área de infraestrutura em condições de morar bem, com opções de diversão e serviços próximos de casa, promovendo novas oportunidades de negócio.
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Esse poderia ser o anúncio publicitário de um lugar dos sonhos, para muitos, até irreal de tão afável. De forma resumida, no entanto, essa é a maneira de descrever a utopia do Projeto São Pelegrino, baseada no conceito de Centralidades Urbanas, que tem sido desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Municipal e Regional (Idemer),de Caxias do Sul, entidade privada sem fins lucrativos, que é constituído como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).
O conceito de Centralidades Urbanas está difundido dentro da academia. O arsenal também é vasto na internet, em monografias, teses e artigos. Antes de mais nada é importante explicar que a tal “centralidade” é oposta à ideia enraizada em Caxias e região, de morar nos arredores da Catedral Diocesana e da Praça Dante Alighieri ou atravessar a cidade lá na Zona Leste, por exemplo, para ir ao centro fazer compras e pagar carnês.
Centralidades Urbanas pressupõe o desenvolvimento de pequenas regiões com opções de moradia, serviços, lazer e comércio e, também, fomento de novos negócios, identificados com esse território, onde as pessoas terão um melhor bem-estar, vivendo próximas de onde trabalham, usufruindo desse lugar sem a necessidade de deslocamentos desnecessários pela cidade.
Na última semana, o Projeto São Pelegrino deu um novo passo com a assinatura de um compromisso entre os então candidatos Adiló Didomenico (PSDB) e Pepe Vargas (PT), se eleitos, criarem condições para o desenvolvimento dessa proposta por parte do Idemer. Enquanto esse texto é escrito, na quinta-feira (26) Pepe e Adiló seguiam apenas com candidatos. Além da formalização dos então prefeituráveis, com o aceite da implementação do Projeto São Pelegrino, o grupo conseguiu ainda a assinatura do atual prefeito Flavio Cassina (PTB).
A transição da utopia para a realidade passa, na visão dos coordenadores do projeto, pela assinatura do Termo de Cooperação Técnica com a finalidade de criação do Laboratório Urbano e troca de informações com a prefeitura de Caxias. Este laboratório, concebido pelo Idemer, deve funcionar como um suporte para a aplicação dos instrumentos jurídicos que envolvem as pautas sobre política urbana.
A coordenação geral do projeto é de Giovana Ulian, Matias Revello Vazquez, Fabio Scopel Vanin e Taísa Festugato. Fazem parte ainda, cerca de 40 voluntários, que se dividem em temas como Humanidades, Mobilidade, Arquitetura, Urbanismo, Marca Território, Patrimônio, Jurídico, Economia, Saúde e Artes.
Se essa iniciativa der certo, a ideia é implementar a centralidade em pelo menos outras 13 regiões já demarcadas, em Caxias. Além da região de São Pelegrino, o Laboratório Urbano poderia atuar nas centralidades da Festa da Uva, Altos do Juvenil, Dal Bó, Centro, Maesa, Cruzeiro, UCS, Ana Rech, Galópolis, Villagio (antigo Iguatemi), Aeroporto, Desvio Rizzo e Serrano.
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