Em férias coletivas desde o dia 23 de março, a Marcopolo ainda não tem a dimensão dos impactos que a parada provoca e provocará na empresa. Apesar das perdas, que certamente acontecerão, a direção tem certeza de que a medida foi a melhor a ser tomada para preservar a saúde dos funcionários — o anúncio de que iria fechar as unidades brasileiras por 20 dias foi feito antes mesmo de os governos anunciarem medidas restritivas para a indústria.
— Não sabemos como vai evoluir (vírus e crise). O que a gente sabe é que essas medidas de isolamento têm surtido efeito — destacou James Bellini, diretor geral da Marcopolo, em entrevista ao programa Gaúcha Mais desta quarta-feira.
Segundo James, houve cancelamentos de pedidos neste período, mas ainda assim a carteira é boa. O dólar mais alto acaba ajudando já que representa um aumento no faturamento das exportações. O executivo projeta uma retomada gradual dos trabalhos assim que for permitido com negociação com os clientes para maior prazo nas entregas "para não criar buracos na linha de produção". Ele espera que a situação esteja normalizada até o final do ano.
— Logo na volta, um ritmo de produção maior que 50% vai ser difícil — acredita.
A Marcopolo fornece ônibus para o Caminho da Escola, projeto do governo federal que renova a frota das redes municipal, do Distrito Federal e estadual de educação básica pública, o que auxilia na manutenção das operações. São 4,7 mil veículos, conforme James:
— Vai nos manter por um bom tempo.
Na unidade da China, a empresa parou as máquinas no final de janeiro e retomou a produção na semana passada. As demais unidades espalhadas pelo mundo também estão fora de operação como forma de combater o vírus. A última a entrar em quarentena foi a do México, nesta semana.
No Brasil, a Marcopolo tem plantas em Caxias do Sul, Rio de Janeiro e São Mateus, no Espírito Santo.