O crescimento de Serviços e o movimento contrário dos demais setores pode tornar mais atrativa a ideia de empreender. No entanto, a vocação para investir em uma área não significa sucesso garantido quando se trata de negócios.
— O empresário precisa também ser gestor. Precisa pensar na qualidade, no aspecto econômico, divulgação, fidelização. Este sim será um bom prestador de serviço. Às vezes deixamos de lado isso. Muitas vezes foca só na produção e esquece desse aspecto de gestão. Se a formação é técnica, é preciso adquirir o conhecimento em gestão, que deveria ser abordado já na formação acadêmica — ressalta a vice-presidente de Serviços da CIC, Maristela Chiappin.
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A habilitação para administrar, no entanto, não é necessariamente um dom e pode ser adquirido com capacitação.
— Nenhuma graduação dá conhecimento de administração. Não nos graduamos a todas as coisas que vamos precisar. Por mais que tenham disciplinas, o mundo acadêmico é muito romântico e o mundo real não é isso. O sucesso fica mais difícil. Existe pessoa que tem sorte e que dá certo, mas sou muito nerd para acreditar nisso. É preciso estudar e planejar. Para tocar meu negócio tenho um sócio que cuida da parte administrativa, mas acho importante aprender isso. E o bom é que a experiência permite que aprendamos — ressalta a visagista e cabelereira, Cacá Weber.
Na onda dos aplicativos
Prestar serviço, no entanto, também não se limita a ser "patrão". Entre os postos de trabalho em maior profusão surgidos nos últimos anos destacam-se os motoristas de aplicativos, de passageiros e entregas. Apesar de serem representantes de uma marca, o modelo de emprego, entretanto, demanda um controle próprio do trabalhador, ou seja, requer que ele se auto administre.
— Alguns chamam de empreendedorismo social. Há compreensão de que aquilo é o seu negócio. Até pela avaliação, se for mal avaliado, esse motorista deixa de ser entregador. Sou patrão de mim mesmo e o resultado vai depender da qualidade do meu serviço. Não é porque estou no guarda-chuva de uma grande empresa que a pessoa abre mão da gerência, inclusive financeira — comenta Alcir Cardoso Meyer, analista de Relacionamento com Clientes do Sebrae/RS na Serra.
Ele ressalta, entretanto, que nem por isso o prestador de serviços precisa dispensar a apropriação de conceitos de gestão:
— A gente (Sebrae), por exemplo, atende motoristas de aplicativos que querem saber se está valendo a pena trabalhar, qual custo do quilômetro rodado, quanto Uber paga, se vale a pena mudar de modalidade, situações assim. Ele podia simplesmente não fazer isso e aceitar as diretrizes da Uber, mas não, ele vem gerir sua atividade de motorista parceiro e buscar ampliar o ganho dele.
Dicas
:: Fazer avaliação do segmento, concorrentes, negócios substitutivos, nichos de clientes.
:: Encontrar um diferencial onde sua marca/produto se destaque e possa ser uma referência.
:: Planejar a implantação e a execução do negócio através de um Plano de Negócios.
:: Conhecer normas aplicáveis, legislação, zoneamento, critérios de liberação da atividade.
:: Ter um plano financeiro que viabilize o negócio.
Fonte: Sebrae