Entre as maiores vinícolas do Vale dos Vinhedos, a Miolo sempre trabalhou com turismo, mesmo sem saber. Nos primórdios, os proprietários recebiam os visitantes no porão de casa para a venda do vinho. Mas o negócio ficou sério mesmo em 2001, quando a empresa passou a investir forte no enoturismo.
A vinícola oferece, por exemplo, a oportunidade de conhecer o processo de fabricação do vinho e até a chance de amassar a uva com os pés, como faziam os primeiros imigrantes italianos. Os turistas podem também degustar as bebidas produzidas pela Miolo e aprender como escolher um bom vinho.
— Já conheci vinícolas na França, Chile, Argentina. E aqui vale a pena — atesta o pesquisador Alisson Lago, 45 anos, morador de São José dos Campos (SP), que visitava a vinícola acompanhado da esposa e dos filhos na semana passada.
Em 2019, 75 mil pessoas participaram das atividades oferecidas pela Miolo. O número de visitantes, no entanto, é maior. Foram 200 mil ao longo do ano. São pessoas que entram pelo portão da propriedade, mas não se inscrevem em nenhuma das modalidades oferecidas, como Ariane Ananias, 38 anos, e Thomas de Oliveira Gonçalves, 36. O casal de Belo Horizonte chegou tarde na última terça-feira e perdeu a visitação. Os dois aproveitaram, então, os jardins para fazer fotos e comer uvas direto dos parreirais.
— Eu tinha muita curiosidade em ver as videiras — revela, maravilhada, Ariane.
— É uma época privilegiada porque é a colheita. Muda muito a paisagem — observa Thomas de Oliveira Gonçalves, 36, que já havia estado em Bento antes.
Na vindima do ano passado, foram cerca de 40 mil visitantes. Para este ano, a Miolo espera um crescimento entre 10% e 15%.
Perfil
A maioria do público que visita o Vale dos Vinhedos é da Grande Porto Alegre, seguido de SP, SC, MG, PR e RJ.