No lado oposto ao Vale dos Vinhedos está outro roteiro também consolidado, o Caminhos de Pedra. Nele, são apenas quatro vinícolas, mas que se movimentam e movimentam o enoturismo do destino. Entre elas, a Lovara. Com mais de 50 anos de existência, a vinícola familiar aposta no turismo há cinco, quando criou o Brinde das Estrelas, uma programação que oferece ao visitante conhecer não apenas as etapas da elaboração do vinho, mas a história da família: as portas do casarão de pedra erguido em 1877 por Giuseppe Benedetti, um dos fundadores da vinícola, são abertas aos turistas.
Jantar harmonizado, degustação em meio aos parreirais, música ao vivo e sabrage (técnica de abrir garrafas de espumante com sabre) completam a experiência realizada em 12 datas entre janeiro e fevereiro.
— É contar a nossa história, o que a gente é, o que a gente faz, o que a gente almeja ser. A gente gosta de estar perto dos visitantes. É um feedback importante. O cliente está na nossa casa e vai dizer se gostou ou não do vinho. Vai nos dar um norte — diz Roberta Benedetti, enóloga da Lovara.
O faturamento com a venda do vinho é maior do que com as programações turísticas da vinícola — são quatro no total —, mas boa parte da comercialização é fruto das atividades criadas para os turistas. O investimento em atrativos é tão importante que Roberta criou, com outras vinícolas de Bento, o Wine For Us, projeto para realização de eventos para desmistificar e estimular o consumo do vinho. O evento, que inclui gastronomia, ocorre três vezes por ano em uma das vinícolas participantes (Lovara, Cainelli, Larentis, Cristófoli e Cobo Wine Bar).
— É muito legal porque gera engajamento. São cinco vinícolas divulgando o evento. Recebemos de 500 a 600 pessoas por evento e vendemos uma garrafa por pessoa. Divulga um, divulga outro. É muito mais difícil vender uma garrafa sozinho do que em grupo — destaca Roberta.
4 mil por ano
A Vinícola Lovara recebe cerca de 4 mil visitantes por ano. Para 2020, a expectativa é de crescer 20%.