O comércio foi novamente protagonista no índice de desempenho econômico de Caxias do Sul do mês de setembro. Conforme números divulgados nesta terça-feira (5) pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), o setor registrou incremento de 5,2% em comparação a agosto, apresentando o terceiro saldo positivo consecutivo. No comparativo com setembro de 2018, o desempenho foi ainda melhor, com aumento de 14,6%. Já no acumulado dos 12 meses, o crescimento é de 12,4%.
A indústria, por outro lado, teve desempenho negativo, contabilizando recuo de 1% no comparativo a agosto, que também havia registrado retração de 1,9% em relação ao mês anterior. Já o setor de serviços teve saldo de 0,8% em setembro em relação ao mês anterior. No índice geral, a economia caxiense registrou aumento modesto de 0,6%.
— Apesar de oscilar e registrar dois saldos negativos, a indústria ainda apresenta crescimento (de 3,2%) no comparativo com setembro de 2018, quando tínhamos uma base bastante forte. Já o comércio é o contrário: temos uma base muito fraca no ano passado. Por isso, a avaliação geral da economia caxiense é positiva, se notarmos que viemos de três meses consecutivos de números positivos (julho, agosto, setembro) e num crescimento positivo no acumulado de 12 meses — destacou a economista Maria Carolina Gullo.
Embora não avalie que o comércio esteja em ascensão, o assessor de Economia e Estatística da CDL, Mosár Leandro Ness, acredita que o setor deve encerrar o ano no "azul":
— Engrenou. Mas vamos ter uma visão mais clara no final do ano. Estamos galgando degrau por degrau. Esperamos um final de ano promissor com uma Black Friday forte, e o Natal — destacou.
Desempenho
Mercado de trabalho
Chama a atenção também a desproporção do aumento do faturamento das empresas com geração de emprego. Conforme gráfico apresentado, desde maio, o crescimento da atividade econômica fica ao redor dos 7%, enquanto a geração de postos de trabalho sofreu desaceleração gradual de 2,8% em maio, até 0,8% em setembro deste ano _ isto é, tem crescido menos.
— É fazer mais com menos, ganho de eficiência, produtividade, melhoria de processos. É positivo, por essa ótica. Para geração de emprego não, mas para ganho de produtividade é positivo — comentou o diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC, Joarez José Piccinini.
Produção de ônibus e exportações influenciam
Embora economistas exaltem o desempenho da indústria como positivo, nos nove meses divulgados no ano, em quatro deles o setor apresentou números negativos no comparativo mês a mês e, em um mês, crescimento ao redor do 0%.
Conforme o diretor da CIC e conselheiro da Marcopolo, Carlos Zignani, a produção de ônibus rodoviários e micro-ônibus e as exportações influenciaram diretamente nos números do terceiro trimestre (julho, agosto e setembro) em Caxias.
— A produção de caminhões está muito boa, mas ônibus não. A produção brasileira de rodoviários caiu 24,2%, a de micro-ônibus, 38,8%, e são os dois principais produtos da Marcopolo. Sem contar que as exportações caíram 25%. Isso reflete muito na Marcopolo — explicou.
Embora o impacto tenha sido pontual, o cenário incide diretamente na economia caxiense devido ao porte e relevância da empresa na cidade.