No café da manhã, no almoço e no jantar. Francês, caseiro, fatiado ou artesanal. Independente da ocasião e do formato, o pão, invariavelmente, está na nossa mesa. O alimento é tão importante que tem até uma data para ser lembrado. O 16 de outubro (próxima quarta-feira) é dedicado a celebrar a iguaria, que teve uma média de faturamento mensal por empresa no primeiro semestre de 2019 no país de R$ 612.088,88, conforme o Boletim Metodologia Propan, elaborado sob encomenda da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip). O valor é 3,29% maior que no mesmo período do ano passado, quando o faturamento médio mensal por empresa foi de R$ 592.592,59.
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Em Caxias do Sul, centenas de estabelecimentos vendem pão. Só de associados ao Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sindigêneros) que comercializam o produto são 1,5 mil; empresas cadastradas ao Sindicato das Indústrias da Alimentação (Sindiali) são 328. Porém, não é possível saber quanto se produz e se vende na cidade, já que não há dados consolidados. Mas quem trabalha com pão garante que é o principal produto na hora da venda. E não só isso. Ele é responsável pela comercialização de outros alimentos.
— O pão é o primeiro item que vende. Está na frente da carne, dos hortifrúti. É o item que traz as pessoas ao mercado e faz elas comprarem outros produtos. Pão não é o que dá dinheiro, mas é o puxador das vendas — destaca Eduardo Slomp, presidente do Sindigêneros, proprietário do mercado Croata e sócio do Multi Villagio.
O cacetinho, como é popularmente conhecido no RS o pão francês, é o preferido dos caxienses. No entanto, vem registrando queda na produção de 2% a 3% em Caxias, conforme estimativa do Sindigêneros. A diminuição pode estar associada à adoção de uma dieta sem carboidratos e à busca por produtos com maior durabilidade.
— Caiu o consumo de pão francês, mas aumentou de outros produtos. Uma vez, não se comia tanta batata-doce. Agora, os mercados aproveitam e assam junto dos pães. As pessoas estão substituindo. Também tem os que preferem pães que duram mais dias — diz Slomp.
No país, a redução foi de 3,99% no primeiro semestre para o cacetinho. A sequência de queda — o consumo reduziu nos três meses iniciais do ano e continuou caindo até julho — preocupa a Abip. No Boletim Propan divulgado recentemente, a entidade destaca que, quando o pão francês tem um resultado abaixo do esperado, compromete a estrutura de ganhos.
"Daí a importância de se cuidar bem dos processos e qualidade na fabricação do pão francês. Um pão de qualidade chama a atenção dos clientes e, além da sua própria venda melhorar, impulsiona o consumo de produtos correlatos, ou mesmo ajuda a elevar o tíquete médio simplesmente por levar o consumidor às lojas e, estando lá, pode ser tomado por outros impulsos de compra", diz trecho do texto publicado no boletim, assinado pelo presidente da Abip, José Batista de Oliveira, e pelo diretor Márcio Rodrigues.
Campanha valoriza o pão francês
Como a sequência de queda no consumo do pão francês é uma preocupação da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), a campanha deste ano da entidade para comemorar o Dia Mundial do Pão tem justamente a iguaria como estrela. A intenção da campanha, intitulada Tudo de Pão Para Você, é valorizar o produto que representa 45% da venda de pães no país.
— Apesar do nome, o pãozinho francês é coisa muito nossa. A campanha é um convite para que os clientes visitem as padarias de todo o Brasil, valorizem esse produto que é tão nosso, levem para casa o pão francês fresquinho e saboroso — destaca José Batista de Oliveira, presidente da associação.
Nos últimos meses, a Abip trabalhou com os estabelecimentos que vendem pão a difusão da norma ABNT NBR 16.170 que, desde 2013, estabelece critérios de padronização e qualidade para produção do pão francês. Informações e materiais educativos gratuitos com as orientações de produção foram entregues em todo o país.